As exportações de produtos básicos garantiram o superávit comercial brasileiro no primeiro trimestre de 2011. Os embarques de trigo em grão aumentaram 292%, puxando o saldo positivo. Mas destaca-se também o crescimento das vendas de minério de ferro, (125%) e milho em grão (92,2%). Segundo o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, o país tem aproveitado a alta dos preços das commodities (produtos básicos cotados internacionalmente) para elevar o superávit da balança comercial. “O Brasil é grande produtor de básicos, faz parte da estrutura do país. Se o mercado externo está favorável para a compra de commodities, não temos do que reclamar. Vamos continuar vendendo”, afirmou.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos primeiros dois meses do ano houve alta de 25% no preço e de 9% da quantidade exportada das commodities. No acumulado de janeiro a março de 2011, a participação dos produtos básicos nas exportações brasileiras aumentou de 39,4% para 44,5% frente ao mesmo período do ano passado. As vendas superaram as de produtos industrializados, que recuaram de 58% para 53,3% no período analisado.
Mesmo com a perda de participação dos manufaturados na pauta de exportações, Teixeira não acredita que o Brasil esteja perdendo espaço comercial. “Isso significa que a concorrência está mais acirrada, mas não é perda de competitividade, porque continuamos ganhando mercado, mesmo que seja com outros produtos”, enfatizou.
Para o secretário executivo, a valorização excessiva do real atrapalha o intercâmbio internacional. “Câmbio baixo altera e afeta as exportações brasileiras, é um resultado natural”, comentou. Mesmo com o câmbio baixo, a balança comercial brasileira atingiu números recordes em março de 2011. A corrente de comércio somou US$ 400 bilhões no acumulado de 12 meses.