A escolha do executivo Murilo Ferreira para a presidência da Vale, decidida na noite desta segunda-feira pelos controladores da companhia já gerou repercussões pelo mundo. Dois grandes jornais internacionais destacaram a escolha do novo presidente como uma manobra do governo federal de controlar a maior companhia privada do país. Ferreira vai substituir Roger Agnelli, que em julho completaria dez anos na presidência da companhia.
O jornal americano Wall Street Journal destacou na sua edição de terça-feira que a saída de Roger Agnelli do cargo de presidente foi forçada, depois de uma longa batalha com o governo do país. Ainda de acordo com o texto, o governo tenta exercer influência para a Vale contribuir mais para o mercado interno.
A informação vem da declaração do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, feita nessa segunda-feira que que a Vale precisa contribuir mais com o mercado interno. “Ela precisa contribuir mais fortemente com os interesses do país", disse. O ministro usou como exemplo a necessidade de agregar valor ao minério de ferro antes de exportá-lo.
Já a revista britânica Financial Times (FT), na coluna de Jonathan Wheatley, disse nesta terça-feira que se Ferreira realmente for a escolha de Dilma, o fato só vai confirmar o medo dos investidores de que mesmo a empresa sendo privada, o governo tem forte influência nais mais altas instâncias da Vale.
Segundo fontes que acompanham o processo, Ferreira era o candidato da presidente Dilma Rousseff. Os dois se conheceram quando o executivo era presidente da Albrás, fabricante de alumínio, e Dilma era ministra das Minas e Energia. Como a Albrás é grande consumidora de energia e Ferreira é especialista no assunto, os dois estiveram reunidos várias vezes e trocavam informações sobre o setor.
O texto revela ainda que a saída de Agnelli foi devido ao interesse do país em focar na produção nacional de aço, em detrimento das exportações para a China. O FT ainda disse que o governo ganhou essa batalha.
BNDES
De acordo com o presidente do BNDES, que participou nesta terça-feira de um seminário na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo, a escolha de Murilo não deve não deve alterar a disposição da companhia para atuar na produção de aço. De acordo com ele, a atual diretoria presidida por Rogério Agnelli já manifestava interesse em atuar nessa área.
A assessoria de imprensa da Vale informou que a companhia atua em quatro projetos para produção de aço no Brasil. Um deles é o da Aço Laminados do Pará (Alpa), que contará com investimento total de US$ 3,2 bilhões, inteiramente de responsabilidade da Vale, e deve começar a produzir a partir de 2014, com minério de ferro retirado de Carajás.
O candidato
Ferreira é ex-funcionário da Vale. Trabalhou na companhia duas vezes. Na última, de 1998 até 2009, quando presidia a Vale Inco no Canadá. Problemas com os sindicatos locais, que mais tarde culminaram numa prolongada greve, contribuíram para que o executivo tivesse problemas de saúde e deixasse a empresa.
A escolha de Murilo já era aventada entre os controladores, mas não deixou de ser uma surpresa. O favorito era Tito Martins, diretor executivo e atual presidente da Inco. José Carlos Martins, diretor executivo de Estratégia, Vendas e Marketing, também corria por fora. A decisão por Ferreira cai ser oficializada em uma reunião dos acionistas nessa quinta-feira.
Ações da Vale
O jornal americano Wall Street Journal destacou na sua edição de terça-feira que a saída de Roger Agnelli do cargo de presidente foi forçada, depois de uma longa batalha com o governo do país. Ainda de acordo com o texto, o governo tenta exercer influência para a Vale contribuir mais para o mercado interno.
A informação vem da declaração do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, feita nessa segunda-feira que que a Vale precisa contribuir mais com o mercado interno. “Ela precisa contribuir mais fortemente com os interesses do país", disse. O ministro usou como exemplo a necessidade de agregar valor ao minério de ferro antes de exportá-lo.
Já a revista britânica Financial Times (FT), na coluna de Jonathan Wheatley, disse nesta terça-feira que se Ferreira realmente for a escolha de Dilma, o fato só vai confirmar o medo dos investidores de que mesmo a empresa sendo privada, o governo tem forte influência nais mais altas instâncias da Vale.
Segundo fontes que acompanham o processo, Ferreira era o candidato da presidente Dilma Rousseff. Os dois se conheceram quando o executivo era presidente da Albrás, fabricante de alumínio, e Dilma era ministra das Minas e Energia. Como a Albrás é grande consumidora de energia e Ferreira é especialista no assunto, os dois estiveram reunidos várias vezes e trocavam informações sobre o setor.
O texto revela ainda que a saída de Agnelli foi devido ao interesse do país em focar na produção nacional de aço, em detrimento das exportações para a China. O FT ainda disse que o governo ganhou essa batalha.
BNDES
De acordo com o presidente do BNDES, que participou nesta terça-feira de um seminário na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo, a escolha de Murilo não deve não deve alterar a disposição da companhia para atuar na produção de aço. De acordo com ele, a atual diretoria presidida por Rogério Agnelli já manifestava interesse em atuar nessa área.
A assessoria de imprensa da Vale informou que a companhia atua em quatro projetos para produção de aço no Brasil. Um deles é o da Aço Laminados do Pará (Alpa), que contará com investimento total de US$ 3,2 bilhões, inteiramente de responsabilidade da Vale, e deve começar a produzir a partir de 2014, com minério de ferro retirado de Carajás.
O candidato
Ferreira é ex-funcionário da Vale. Trabalhou na companhia duas vezes. Na última, de 1998 até 2009, quando presidia a Vale Inco no Canadá. Problemas com os sindicatos locais, que mais tarde culminaram numa prolongada greve, contribuíram para que o executivo tivesse problemas de saúde e deixasse a empresa.
A escolha de Murilo já era aventada entre os controladores, mas não deixou de ser uma surpresa. O favorito era Tito Martins, diretor executivo e atual presidente da Inco. José Carlos Martins, diretor executivo de Estratégia, Vendas e Marketing, também corria por fora. A decisão por Ferreira cai ser oficializada em uma reunião dos acionistas nessa quinta-feira.
Ações da Vale
As ações da Vale concentram boa parte dos negócios realizados na Bolsa de Valores de São Paulo logo no início dos negócios desta terça-feira. No meio da manhã, a ação preferencial da Vale teve alta de 0,16%, enquanto a ordinária teve pequena queda de 0,09%, com negócios de R$ 18 milhões.