Os atos de vandalismo que destruíram no mês passado parte dos alojamentos e da infraestrutura do canteiro de obras da hidrelétrica Jirau, do Rio Madeira (RO), irão atrasar em, pelo menos, seis meses a entrada em operação da usina. Essa é a previsão da Energia Sustentável do Brasil, concessionária responsável pela construção e operação do empreendimento. Segundo a empresa, o início da geração passará de março de 2012 para setembro do mesmo ano, na hipótese de que o cronograma não seja alterado por novas paralisações daqui para frente.
A informação consta em uma apresentação produzida pela companhia sobre os atos de vandalismos ocorridos no canteiro de obras, disponível no site da empresa. Caso esse novo cronograma seja cumprido, a Energia Sustentável do Brasil colocará a usina em operação antes do previsto no contrato de concessão, que é janeiro de 2013. Porém, a concessionária irá perder seis meses em sua estratégia de antecipar a geração de energia da hidrelétrica para negociá-la no mercado livre, o que ampliaria a rentabilidade do projeto - vale ressaltar que essa estratégia já estava parcialmente comprometida diante do atraso na construção da linha de transmissão que escoará a energia do projeto.
Na apresentação, a concessionária informa que o cronograma das obras antes dos tumultos previa que a geração de energia na casa de força 1 começasse no dia 29 de março de 2012. Na casa de força 2, o início estava marcado para 10 de julho de 2012. Os dois prazos, porém, não serão mais cumpridos com a estimativa de iniciar a geração de energia em setembro de 2012. Pelo cronograma antigo, a última unidade geradora da hidrelétrica entraria em operação em janeiro de 2014.
A companhia traçou dois cenários para os impactos dos atos de vandalismo ao sistema elétrico brasileiro. Na hipótese realista, o atraso no cronograma da usina deixaria de acrescentar, de maneira antecipada, 2,126 mil megawatts (MW) de capacidade instalada em 2012 e 957 MW em 2013. No cenário otimista, esses números seriam de 1,627 mil MW em 2012 e 141 MW em 2013. Para a Energia Sustentável do Brasil, essa perda teria que ser compensada por um uso maior da geração termelétrica, o que irá onerar o consumidor, já que esta energia é mais cara.