As ações da Vale se valorizaram ontem, depois de quedas sucessivas, com a indicação do mineiro Murilo Ferreira para a presidência da companhia, em substituição ao atual presidente, Roger Agnelli. Ao fim do pregão, os papéis ordinários (ON) subiram 0,46%, representando quase duas vezes e meia a alta de 0,19% do Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista. Ao longo do dia, elas chegaram a subir 0,83%, quando o Ibovespa alcançava 0,35%, e as preferenciais se valorizaram em 0,60%, para fechar com alta de 0,12%. Os papéis vinham sofrendo perdas havia pelo menos um mês, com especulações em torno da troca de comando na mineradora.
Murilo Ferreira foi indicado na segunda-feira pelos acionistas da Valepar, holding que controla a companhia, a partir de uma lista tríplice que levava os nomes de Tito Martins, atual presidente da Inco e que era dado como a opção mais provável para substituir Roger Agnelli, e José Carlos Martins, diretor de marketing, vendas e estratégia. A indicação, que precisa ser referendada pelo Conselho de Administração da empresa, surpreendeu, mas foi bem recebida por analistas do mercado financeiro, profissionais e empresários do setor, com a ressalva de que só o tempo de gestão do executivo mostrará até que ponto poderá chegar a interferência do governo na companhia.
Ferreira ingressou na Vale em 1977 como técnico em economia e finanças, chegou ao cargo de diretor de participações e desenvolvimento de negócios e foi presidente da Inco, subsidiária da Vale no Canadá, em 2007 e 2008. Sua escolha também agradou a prefeitos das cidades que têm a mineração como principal atividade econômica em Minas Gerais, que avaliam haver proximidade de Ferreira com o governo federal, particularmente com a presidente Dilma Rousseff. A presidente teve relacionamento estreito com Murilo Ferreira ainda como ministra de Minas e Energia, quando ele presidiu a Albrás/Alunorte, fornecedora de alumínio, metal que exige grande quantidade de energia no seu processamento na mineradora.
Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, destacou a experiência e a vivência internacional do executivo, que presidiu a Inco depois de ter trabalhado com sucesso na aquisição da empresa canadense. A indicação foi como um “casamento perfeito”, na visão de Galdi, atendendo as expectativas do governo e dos demais acionistas do comando da empresa, mas também impõe desafios à independência do executivo na presidência. “É um profissional, mas com proximidade junto ao governo. Não significa que será pau mandado, mas precisamos ver agora até que ponto vai a ingerência na Vale”, diz Galdi.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Extrativa de Minas (Sindiextra), José Fernando Coura, o nome de Murilo Ferreira foi bem recebido entre profissionais e empresários do setor. “É um profissional que se exercita muito para ouvir e com larga experiência na área e na própria Vale”, disse. A dúvida, entre alguns empresários, é quanto ao pulso que Ferreira terá para fazer valer os interesses dos acionistas sobre os do governo. “A produção se mantém batendo recordes num período próspero para a companhia em preços e investimentos. A razão de ele assumir seria dar continuidade a esses resultados; é o que vamos ver”, diz uma fonte do setor. Na avaliação de Pedro Galdi, da SLW Corretora, a proximidade de Ferreira com o governo pode até servir para que ele tenha facilidade de mostrar projetos que não fazem sentido do ponto de vista de mercado, como investir em siderúrgicas sem parceiro para consumir a produção, num momento de oferta maior que a demanda de aço no mundo.
O presidente da recém-criada Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib), Anderson Cabido, disse que o nome do futuro presidente da Vale deixa prefeitos confiantes em diálogo. “Queremos ver a Vale investindo mais no beneficiamento do minério de ferro e em aço, além de nos dar possibilidade de acordo na dívida das mineradoras e no aumento da Cfem (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral)”, afirma.
Murilo Ferreira foi indicado na segunda-feira pelos acionistas da Valepar, holding que controla a companhia, a partir de uma lista tríplice que levava os nomes de Tito Martins, atual presidente da Inco e que era dado como a opção mais provável para substituir Roger Agnelli, e José Carlos Martins, diretor de marketing, vendas e estratégia. A indicação, que precisa ser referendada pelo Conselho de Administração da empresa, surpreendeu, mas foi bem recebida por analistas do mercado financeiro, profissionais e empresários do setor, com a ressalva de que só o tempo de gestão do executivo mostrará até que ponto poderá chegar a interferência do governo na companhia.
Ferreira ingressou na Vale em 1977 como técnico em economia e finanças, chegou ao cargo de diretor de participações e desenvolvimento de negócios e foi presidente da Inco, subsidiária da Vale no Canadá, em 2007 e 2008. Sua escolha também agradou a prefeitos das cidades que têm a mineração como principal atividade econômica em Minas Gerais, que avaliam haver proximidade de Ferreira com o governo federal, particularmente com a presidente Dilma Rousseff. A presidente teve relacionamento estreito com Murilo Ferreira ainda como ministra de Minas e Energia, quando ele presidiu a Albrás/Alunorte, fornecedora de alumínio, metal que exige grande quantidade de energia no seu processamento na mineradora.
Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, destacou a experiência e a vivência internacional do executivo, que presidiu a Inco depois de ter trabalhado com sucesso na aquisição da empresa canadense. A indicação foi como um “casamento perfeito”, na visão de Galdi, atendendo as expectativas do governo e dos demais acionistas do comando da empresa, mas também impõe desafios à independência do executivo na presidência. “É um profissional, mas com proximidade junto ao governo. Não significa que será pau mandado, mas precisamos ver agora até que ponto vai a ingerência na Vale”, diz Galdi.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Extrativa de Minas (Sindiextra), José Fernando Coura, o nome de Murilo Ferreira foi bem recebido entre profissionais e empresários do setor. “É um profissional que se exercita muito para ouvir e com larga experiência na área e na própria Vale”, disse. A dúvida, entre alguns empresários, é quanto ao pulso que Ferreira terá para fazer valer os interesses dos acionistas sobre os do governo. “A produção se mantém batendo recordes num período próspero para a companhia em preços e investimentos. A razão de ele assumir seria dar continuidade a esses resultados; é o que vamos ver”, diz uma fonte do setor. Na avaliação de Pedro Galdi, da SLW Corretora, a proximidade de Ferreira com o governo pode até servir para que ele tenha facilidade de mostrar projetos que não fazem sentido do ponto de vista de mercado, como investir em siderúrgicas sem parceiro para consumir a produção, num momento de oferta maior que a demanda de aço no mundo.
O presidente da recém-criada Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib), Anderson Cabido, disse que o nome do futuro presidente da Vale deixa prefeitos confiantes em diálogo. “Queremos ver a Vale investindo mais no beneficiamento do minério de ferro e em aço, além de nos dar possibilidade de acordo na dívida das mineradoras e no aumento da Cfem (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral)”, afirma.