Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a medida anunciada na úlima quarta-feira pelo governo de aumentar do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para bancos e empresas que peguem empréstimos no exterior por menos de dois anos não é errada, mas insuficiente para conter a desvalorização do dólar em relação ao real. Segundo ele, o governo já adotou várias medidas como essa nos últimos meses que não foram eficientes.
“Isso tem mostrado, ao longo do tempo, que são medidas insuficientes porque continuamos com nosso real sobrevalorizado. Há necessidade de medidas mais fortes porque essa questão da sobrevalorização da nossa moeda rouba, injustamente, a competitividade brasileira e isso é muito ruim para o país”, afirmou Skaf, em entrevista na tarde desta quinta-feira.
Segundo ele, o país precisa adotar medidas pra conter os juros altos. “Esses juros altos são um doce, um atrativo para o capital especulativo. Em vez de aplicarem no exterior a 1% ao ano, [eles] vêm aqui para aplicar a 10% ao ano, obtendo dez vezes mais de rendimento e, com isso, há uma entrada de dólares muito grande”.
Skaf defendeu que o governo crie novas medidas para evitar a entrada de dólares no país. Segundo ele, uma medida que poderia ser eficiente é estabelecer um tempo mínimo de permanência para os recursos que entram no país. “No momento em que houver uma regra de que precisa ficar três meses ou seis meses, no mínimo, aí a especulação diminui. Com menos especulação e menos dólar, há uma reação natural de valorização do real”.