Em março, a inflação em Belo Horizonte foi movida pelo aumento dos preços da alimentação, vestuário, combustíveis e móveis. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou alta de 0,66% na capital no período – 0,16 ponto percentual a mais do que a registrada no mês anterior (0,50%). Com isso, a taxa acumulada em 2011 já é de 2,24% e, nos últimos 12 meses, alcança 4,99%.
No mês passado, comportaram-se como vilões da carestia as hortaliças e legumes (com alta de preços que saiu de 2,79% em fevereiro para 10,17% em março), carnes bovinas (de -5,80% para -1,76%), roupas (de -0,94% para 1,22%), combustíveis e lubrificantes (de 1,25% para 2,45%) e móveis (de 0,56% para 2,80%). Os mocinhos foram as frutas (4,37% para 0,56%), empregados domésticos (2,40% para 0,86%), passagem aérea (de 0,55% para -7,50%), condomínio residencial (de 1,14% para 0,29%) e cigarros (de 2,68% para zero).
De acordo com André Braz, economista da FGV, o destaque do aumento de preços entre as hortaliças ficou por conta da batata-inglesa, que teve alta de 13,31% em março ante queda de 4,90% em fevereiro. O quiabo também teve desempenho impressionante, saindo de uma queda de preços de -19,09% em fevereiro para alta de 27,06% no mês passado. Já o ovo de galinha, que tinha sofrido aumento de 2,73% em fevereiro, teve alta de 9,51% em março. “Na quaresma há uma redução do consumo de carne bovina e aumento do consumo de ovos e pescado, o que acaba contribuindo para aumentar temporariamente o preço desses alimentos”, observa.
A alimentação fora de casa também encareceu 0,93% em março ante alta de 0,42% em fevereiro. Refeições em restaurantes subiram 0,97% no mês passado e 0,45% em fevereiro e as refeições em bares saltaram de 0,27% para 0,53% em março. No grupo vestuário, os destaques ficaram por conta da entrada da coleção outono/inverno, que elevou a variação média dos preços das roupas – de 0,94% em fevereiro para 1,22% em março. Já os preços dos calçados variaram de 0,18% para 1%.
No grupo saúde e cuidados pessoais, a variação média de preços passou de -0,05% para 0,76%. Nos salões de beleza saltou de 0,68% para 1,98%. “Para os medicamentos foi liberado aumento máximo de 6% para abril. Aqueles que enfrentam a concorrência dos genéricos receberão autorização para praticarem o teto do reajuste, mas os que não sofrem tanta concorrência não poderão reajustar pelo teto. Assim, o reajuste médio deve vir bem abaixo de 6%”, explica o economista.