A entrada da África do Sul nos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) serve para reforçar o bloco como um expressivo fórum de países emergentes. Mas essa adesão, resultado do convite chinês, também evidencia grandes diferenças internas do grupo. Maior e mais diversificada economia do continente, com Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) na casa de US$ 350 bilhões, a África do Sul está longe do patamar dos quatro gigantes emergentes dos Brics. Os sócios originais, com PIBs acima de um trilhão de dólares, são também candidatos a potências mundiais, donos das maiores taxas de crescimento e atores influentes no comércio internacional.
Apesar disso, diplomatas lembram que o sócio africano, 32ª economia do mundo, consagra a dimensão global do grupo. Nesse sentido, o quinto membro dos Brics representa a porta de entrada na África, confirmando o fórum como mais importante agrupamento de emergentes. "Iniciativas como a dos Brics servem para dar corpo ao multilateralismo, que andava exausto. Por outro lado, elas também confirmam a atual fase da hegemonia dos Estados Unidos, que, na prática, já não podem mais tudo", comenta Túlio Sérgio Ferreira, professor da PUC Minas e mestre em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).
O mais novo integrante do grupo dos Brics não vai mudar só a grafia da sigla. Além de escapar da lógica estatística do acrônimo cunhado em 2001 pelo economista Jim O’Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, a inclusão da África do Sul mostra o choque de interesses entre associados. China e Brasil, por exemplo, disputam espaço econômico no continente africano. O governo chinês transformou a região em seu segundo maior destino de investimentos diretos, depois da Ásia. O Palácio do Planalto, por sua vez, vem fomentando desde a última década empreendimentos privados no continente negro, como os tocados por Vale e Petrobras, além de buscar ampliar a corrente de comércio e as parcerias institucionais, como as das áreas de produção de alimentos e biocombustíveis.
Apesar disso, diplomatas lembram que o sócio africano, 32ª economia do mundo, consagra a dimensão global do grupo. Nesse sentido, o quinto membro dos Brics representa a porta de entrada na África, confirmando o fórum como mais importante agrupamento de emergentes. "Iniciativas como a dos Brics servem para dar corpo ao multilateralismo, que andava exausto. Por outro lado, elas também confirmam a atual fase da hegemonia dos Estados Unidos, que, na prática, já não podem mais tudo", comenta Túlio Sérgio Ferreira, professor da PUC Minas e mestre em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).
O mais novo integrante do grupo dos Brics não vai mudar só a grafia da sigla. Além de escapar da lógica estatística do acrônimo cunhado em 2001 pelo economista Jim O’Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, a inclusão da África do Sul mostra o choque de interesses entre associados. China e Brasil, por exemplo, disputam espaço econômico no continente africano. O governo chinês transformou a região em seu segundo maior destino de investimentos diretos, depois da Ásia. O Palácio do Planalto, por sua vez, vem fomentando desde a última década empreendimentos privados no continente negro, como os tocados por Vale e Petrobras, além de buscar ampliar a corrente de comércio e as parcerias institucionais, como as das áreas de produção de alimentos e biocombustíveis.