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Estado de Minas

FMI mantém projeção para PIB no Brasil, mas alerta para petróleo

Índice geral de preços de commodities do FMI subiu 32% de meados de 2010 a fevereiro


postado em 11/04/2011 12:13

Os temores nos mercados globais, que antes eram de um duplo mergulho na recessão, agora se voltaram para os preços das commodities, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório "Perspectiva Econômica Mundial" de abril, que começou a ser divulgado hoje. O relatório é divulgado dias antes do início dos Encontros Anuais de Primavera do FMI e Banco Mundial, que vão de 15 a 17 de abril.

O índice geral de preços de commodities do FMI subiu 32% de meados de 2010 a fevereiro deste ano, recuperando cerca de três quartos da queda de 55% observada após o pico de 2008 antes do estouro da crise mundial. Segundo o FMI, no entanto, de um modo geral as perspectivas econômicas para 2011 e

2012 são boas, mesmo com o novo fator de volatilidade trazido pelos medos de interrupção na oferta de petróleo. "Os preços das commodities subiram mais do que o esperado. As pressões continuam elevadas", diz o texto do FMI.

De acordo com o FMI, a alta de alimentos e outras commodities representam uma ameaça às famílias pobres, aumentando as tensões econômicas e sociais especialmente no Oriente Médio e Norte da África. Por enquanto, o FMI avalia que o impacto da alta do petróleo e também da tragédia no Japão devem ser limitados. No caso das commodities, o FMI acredita que existe capacidade ociosa no setor de energia capaz de suprir as perdas de produção na Líbia e condições climáticas mais normais devem melhorar a produção agrícola.

Mas o Fundo observa que a incerteza segue elevada e especialmente os preços do petróleo são um risco ao crescimento global, ainda que por enquanto limitado. O FMI desenvolveu um cenário mais pessimista onde uma interrupção maior do que a esperada na oferta de petróleo colocaria os preços ao redor de US$ 150 o barril em 2011. Nesse caso, nas economias avançadas isso poderia levar o Produto Interno Bruto (PIB) a um crescimento 0,75% mais baixo do que as projeções do FMI para 2012. Nas economias emergentes, esse impacto seria de 0,75% na Ásia e África sub-Sahara e de 1,5% na América Latina.

PIB do Brasil

A economia brasileira deve crescer 4,5% em 2011 e 4,1% em 2012 na comparação anual, estima o FMI. A projeção é a mesma feita em janeiro deste ano pelo Fundo. O relatório é divulgado dias antes do início dos Encontros Anuais de Primavera do FMI e Banco Mundial, que vão de 15 a 17 de abril.

Segundo o relatório, a retomada global está se movendo em duas velocidades, com maior capacidade ociosa nas economias avançadas e hiato do produto fechado ou em fechamento nas economias emergentes ou em desenvolvimento. Para as economias avançadas, a projeção é de expansão ao redor de 2,5% este ano e em 2012 e nas emergentes, de 6,5%.

A projeção de crescimento para a China foi mantida em 9,6% em 2011 e 9,5% em 2012. Já a projeção para os EUA caiu 3% para 2,8% em 2011 e subiu de 2,7% para 2,9% em 2012. Na zona do euro, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 1,5% para 1,6% em 2011 e também foi alterada com alta, de 1,7% para 1,8%, em 2012.

"A recuperação está ganhando força, mas o desemprego continua alto nas economias avançadas e novos riscos macroeconômicos estão se formando nas economias dos mercados emergentes", diz o Fundo. "De um modo geral, a agenda de política macro para a economia mundial continua a mesma, mas com o passar do tempo, mais urgente".

De acordo com o FMI, as economias avançadas precisam atingir maior consolidação fiscal e, para isso, devem contar mais com a demanda externa. Já os emergentes, devem contar menos com a demanda externa e mais com a doméstica.

O relatório diz ainda que nas economias avançadas o fortalecimento do processo de retomada irá demandar a manutenção de uma política monetária acomodatícia enquanto as pressões salariais forem brandas, as expectativas de inflação estiverem bem ancoradas e o crédito bancário estiver lento. "Ao mesmo tempo, as posições fiscais precisam ser implementadas num caminho de médio prazo por meio de planos de consolidação fiscal e reformas, com apoio de regras fiscais e instituições", diz o texto.

Segundo o Fundo, essa necessidade é especialmente urgente nos Estados Unidos. "As políticas dos EUA em 2011 mudaram de volta de consolidação para expansão. Esforços devem ser feitos para reduzir o déficit projetado para o ano fiscal de 2011".

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