O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, informou nesta segunda-feira, por telefone, de Pequim, que a China habilitou três unidades frigoríficas para vender ao país asiático. Ele disse ainda não saber quais, mas comemorou a abertura do mercado para a carne suína do Brasil, anunciada hoje. "Foi uma ruptura. Estávamos com dificuldade de abrir a China e a atuação da presidente Dilma Rousseff foi fundamental para que avançássemos nas negociações", afirmou o executivo, sobre
a viagem da presidente ao país. Camargo, que acompanha a missão comercial brasileira, disse esperar que as exportações "comecem imediatamente".O pleito inicial do setor era habilitar 26 unidades, que representariam vendas de cerca de 200 mil toneladas de carne suína em três a cinco anos. "O que foi autorizado agora está muito longe do que queríamos inicialmente. Mas as exportações brasileiras de aves e bovinos também começaram assim e estão aumentando com o tempo", disse o presidente da Abipecs. "Espero em um ano ter 20 unidades habilitadas e, em três anos, 26 frigoríficos, para atingirmos as mais de 200 mil toneladas embarcadas no período citado", declarou.
A China é o maior consumidor de carne suína do mundo, sendo responsável por metade da demanda. No entanto, quase todo o consumo de 50 milhões de toneladas é suprido pela produção local. De acordo com previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país asiático deverá importar cerca de 480 mil toneladas em 2011, o que indica um incremento de cerca de 15% ante o ano passado.