Os operários da Usina Hidrelétrica Jirau, que estavam em greve desde 15 de março, voltaram ao trabalho nesta segunda-feira após aprovarem em assembleia o acordo negociado entre os sindicatos e a construtora Camargo Correa. A greve começou depois de uma revolta generalizada no canteiro de obras, com depredação de alojamentos, veículos e equipamentos. O protesto foi contra as condições de trabalho no canteiro de obras, às margens do Rio Madeira.
Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que negociou a volta ao trabalho junto com a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Madeira (Conticom) e com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero), cerca de 4 mil trabalhadores participaram da assembleia.
O secretário de Administração e Finanças da CUT, Vagner Freitas, disse, no entanto, que a volta ao trabalho pode ser apenas temporária, caso a construtora não mostre flexibilidade. “Voltaremos ao confronto se não houver disposição em negociar melhorias nas condições de trabalho”, afirmou Freitas, que foi a Rondônia participar das negociações. Segundo ele, a CUT negocia com o governo federal e entidades patronais um pacto nacional da construção civil, para definir condições de contratação, alojamento, folga para retorno ao lar, jornada de trabalho e pagamento de horas extras.
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, chegou hoje de helicóptero ao canteiro de Jirau para ver as condições de trabalho e os alojamentos. O ministro também visitou o canteiro da Usina Santo Antônio, também no Madeira. Lupi ouviu as reivindicações dos operários e disse que está buscando soluções para o problema. “Estamos em busca de soluções para as questões colocadas pelos trabalhadores, afinal, eles estão trabalhando para o desenvolvimento do nosso país. É necessário dar a eles boas condições de moradia e transporte, ambiente de trabalho adequado e salários justos e iguais”, afirmou o ministro por meio de nota.