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Estado de Minas

Fusões atraem companhias estrangeiras


postado em 12/04/2011 10:40

As companhias estrangeiras estão lutando para retomar a liderança das operações de aquisições de empresas estabelecidas no Brasil ou mesmo fusões de seus negócios. Dados da Consultoria KPMG mostram que 37% de todas as transações feitas no Brasil durante o primeiro trimestre contaram com a participação de empreendedores de outros países. A forte presença deles fez com que o número de atingisse, em 2011, o maior patamar já registrado no período. De janeiro a março, 167 negociações foram efetivadas em todo o país.

Do número total de negócios, 34 foram de companhias de fora adquirindo empreendimentos brasileiros — um crescimento de 62% na comparação com os primeiros meses de 2010. Outras 28 operações foram fechadas exclusivamente entre empresas de capital estrangeiro estabelecidas no Brasil, número 47% maior que no mesmo período de 2010. Apesar do atual resultado ser 14% inferior ao desempenho registrado último trimestre do ano passado, o recorde para o período mostra um otimismo que pode se manter até dezembro.

“Tradicionalmente, os primeiros meses do ano são fracos em termos de transações. Acredito que teremos um dos melhores anos da história, porque as perspectivas do primeiro trimestre são muito boas. O resultado é bastante animador”, disse Luis Motta, sócio da KPGM e responsável pela pesquisa. Entre os setores que apresentaram maior número de incorporações, estão as companhias de tecnologia da informação, com 22 transações. Empresas do segmento de telecomunicações e mídia, de alimentos e imobiliário também registraram intensas movimentações.

Impulso

Para a KPMG, o momento econômico que o país está atravessando acaba tornando-se um motivador da expansão das fusões e aquisições no Brasil. “Temos uma economia estável, com perspectiva de crescimento e de investimentos de médio e de longo prazo. Todos esses fatores acabaram colaborando nas decisões das empresas envolvendo esse tipo de negociação”, analisou Motta. Outro fator que pode auxiliar a expansão das fusões são as intenções de abertura de capital por parte das companhias. “Atualmente, existem várias solicitações de empresas interessadas em negociar ações, e acho que essas aberturas podem impulsionar a vontade desses empreendedores em realizar novas fusões”, disse.

A pesquisa aponta que a tendência de crescimento no volume de transações entre as empresas estrangeiras mostra que elas estão invertendo o movimento feito em 2008, quando, devido à crise econômica mundial, optaram por realizar investimentos mais moderados. Mas, ainda assim, o domínio das empresas brasileiras nas transações é enorme. As operações domésticas (negociações apenas entre empresas brasileiras) lideram a pesquisa, com 82 do total. Por outro lado, apenas nove companhias nacionais buscaram fincar pé lá fora (adquirindo estrangeiras no exterior), ante 16 acordos estabelecidos nos primeiros três meses de 2010 — uma queda de 44%.

EUA na frente


Entre os países que realizaram o maior número de aquisições de empresas brasileiras, aparecem os Estados Unidos, com 27 operações concretizadas. Alguns países do Velho Continente também tentaram aumentar a participação no Brasil: destaque para França (com cinco negociações), Alemanha (quatro) e Reino Unido (três).

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