Mesmo com a alta dos preços do etanol nos últimos meses, o volume de vendas dos combustíveis seguiu em alta em fevereiro, embora com avanço tímido, apontou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira. Em relação a janeiro, as vendas do grupo combustíveis e lubrificantes subiram 0,1%. Já na comparação com fevereiro de 2010, a variação positiva foi de 7,3%.
Segundo Reinaldo Pereira, gerente da PME do IBGE, o resultado foi pouco afetado pela alta do etanol porque a frota brasileira continua em expansão e a maioria dos automóveis é flex. Com isso os motoristas não deixaram de abastecer, mas trocaram o álcool pela gasolina, que sofreu menor impacto da alta do etanol e tem os preços nas refinarias mantido desde 2009.
Ainda na avaliação de Pereira, as medidas macroprudenciais do governo podem estar por trás das quedas nas vendas dos setores de veículos e motos (recuo de 1,1%) e móveis e eletrodomésticos (recuo de 2,8%) entre janeiro e fevereiro, já que são atividades varejistas com forte dependência do crédito.
No entanto, a alta de 20,5% nas vendas de móveis e eletrodomésticos em relação a fevereiro de 2010 e de 26% no setor de automóveis e motos, ante igual período deste ano, refletem as condições ainda favoráveis do crédito para as vendas impulsionadas por aumento de renda e emprego e também relativa estabilidade dos preços, especialmente no de eletrodomésticos, que acumula queda de 2,2% nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Varejo
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, ficou estável em fevereiro na comparação com janeiro deste ano, informou o IBGE. O índice ampliado da Pesquisa Mensal de Emprego teve variação zero no volume de vendas e na receita nominal na série com ajuste sazonal. Na comparação com fevereiro de 2010, sem ajuste sazonal, as variações foram de 14,5% e 17,2% para volume de vendas e receita nominal, respectivamente.
No principal índice da pesquisa, o volume de vendas do varejo ficou 0,4% abaixo do resultado de janeiro, cuja expansão de 1,2% foi revisada pelo IBGE hoje para 1,1%. No entanto, a receita nominal do comércio ficou estável na comparação entre os dois meses, tendo sido apurada uma variação de 0,0% em fevereiro. No acumulado do ano, a receita nominal do varejo atingiu alta de 13 2% em fevereiro, relativa apenas à expansão de janeiro. Já nos últimos 12 meses anteriores a fevereiro, o varejo acumula alta de 14,4% na sua receita nominal.