A assessoria da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, informou que ela não é contra a participação de representantes das comunidades na reunião extraordinária que pretende promover com o consórcio responsável pela construção da Usina Belo Monte, no Pará. Maria do Rosário quer que, nessa reunião, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) discuta com o consórcio os problemas do empreendimento com base nos relatos feitos por moradores do Alto Xingu aos membros do conselho que estiveram na região.
De acordo com nota da secretaria, “em nenhum momento, a ministra se posicionou contrariamente à presença da comunidade”. Ainda de acordo com a secretaria, essa etapa, de ouvir a comunidade, já ocorreu e a ministra sugeriu encaminhamento posterior.
Nesta quarta-feira, durante a reunião do CDDPH, a ministra ouviu dos conselheiros denúncias de uma situação de "ausência absoluta do Estado" na região do Alto Xingu (PA), onde se localiza o canteiro de obras da Usina Belo Monte.
O diagnóstico de ausência do Estado foi apresentado pelo conselheiro Percílio de Sousa Lima Neto, vice-presidente do CDDPH. Ele participou de uma visita à região onde a usina será construída e denunciou que funcionários do consórcio agem como se fossem "agentes do governo" para "coagir moradores" a abrir mão de suas propriedades para viabilizar a construção da obra. O conselheiro chegou chamar a região de “terra de ninguém” e disse que há problemas de todas as ordens, entre eles, exploração sexual de crianças e falta de atendimento ás necesdsidades básicas da população.