Os bancos de desenvolvimento dos cinco maiores países emergentes do mundo - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) - irão expandir os empréstimos e os fechamentos de contratos em moedas locais para facilitar o comércio e o investimento entre eles. Este foi o mais recente passo concreto tomado pelos países para reduzir sua dependência do dólar norte-americano.
No comunicado conjunto divulgado hoje, após o encontro dos Brics na China, os líderes das cinco nações externaram apoio a "um amplo sistema internacional de moeda corrente para assegurar a estabilidade", em um aparente esforço para diminuir o papel do dólar americano como a primeira referência mundial de moeda corrente.
Paralelamente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o China Development Bank Corp (CDB), o Eximbank da Índia, o Vnesheconombank (VEB) da Rússia e o Banco de Desenvolvimento da África do Sul assinaram um acordo prévio para abertura de linhas de crédito em suas próprias moedas. Os detalhes do acordo e a regulação, assim como os projetos elegíveis aos financiamentos, ainda serão definidos.
Os cinco países contribuem com cerca de um quinto do crescimento global e 15% do comércio mundial. O presidente do CDB, Chen Yuan disse em entrevista que a instituição pretende emitir cerca de 10 bilhões em empréstimos denominados em yuans para outros Brics acrescentando que a maior desses empréstimos irão financiar projetos de petróleo e gás. O CDB informou ainda que mantém negociações para empréstimos com a Petrobras.
O VEB também negocia com o CDB um empréstimo de cerca de US$ 1,5 bilhão em yuans para swap de moeda entre os dois cedentes de crédito, disse o diretor executivo do banco russo, Vladmir Dmitriev. Ele acrescentou que os líderes estão em busca da negociação mútua das moedas dos países, na esteira do lançamento no ano passado de negociações de yuans em Moscou.