A economia chinesa continuou crescendo a um ritmo anual próximo a 10% no primeiro trimestre, mas o governo continua sem poder controlar uma inflação que chegou a 5,4% em março, o que indica novas medidas de controle monetário.
O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 9,7% interanual entre janeiro e março, contra 9,8% no trimestre anterior, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas. Em 2010, o PIB da China subiu 10,3%, o que permitiu ao país elevar-se ao patamar de segunda economia mundial à frente do Japão.
"Pensamos que era um bom começo de ano" para a China, que teve um "crescimento estável e forte", comemorou o porta-voz do BNS, Sheng Liyun. Mas completou que "manter o índice de preços em torno de 5% no primeiro trimestre não foi fácil", e que os 5,4% interanual registrado em março supõe o mais alto nível desde julho de 2008. O objetivo anual é de 4%.
Assim, a inflação acelera-se apesar das medidas de controle monetário adotadas pelo governo, que teme conflitos sociais. Os preços dos alimentos, que afetam gravemente as famílias mais pobres, subiram 11%, e os aluguéis, 6,5%, informou a BNS.
É certo que os preços diminuíram em março em relação a fevereiro, mas "tiveram de cair mais depois das férias do Ano Novo chinês (...)", segundo Lu Ting, economista do Bank of America - Merril Lynch.
"A economia chinesa não está desacelerando como previsto, ou como o governo deseja", assegurou Alistair Thornton, analista da IHS Global Insight. A pressão inflacionária "não é surpreendente se levarmos em conta o nível de empréstimos bancários no primeiro trimestre" de 2011, completou.
O volume de novos empréstimos concedidos em março por bancos chineses subiu fortemente em relação a fevereiro, superando os 72 bilhões de euros (acima dos 100 bilhões), indicou o banco central.
O 'boom' do setor imobiliário continua seu curso, com investimentos neste setor em alta de 34,1% no primeiro trimestre, até 93,6 bilhões de euros (132 bilhões de dólares).