Se o investimento de US$ 12 bilhões prometido pela Foxconn para produzir telas de cristal líquido no Brasil se concretizar, é provável que o país tenha que importar da China uma série de commodities com o preço em alta no mercado internacional: as terras-raras.
A China é praticamente o único produtor mundial de terras-raras, 17 produtos minerais usados na fabricação de produtos de alta tecnologia como os iPads e celulares de terceira geração, que a Foxconn se propõe a produzir no país.
A China é responsável por 97% da produção mundial de terras-raras e tem cerca de dois terços das reservas globais. Custosos de extrair e com reservas globais limitadas, o preços individual destes metais tem se valorizado no mercado internacional.
Esse conjunto de metais, minerais e óxidos ficaram sob os holofotes no ano passado após o Japão ter confrontado a China por conta de uma disputa sobre direitos de pesca.
Japoneses prenderam um capitão de barco chinês. A China, em represália, impôs um embargo nas exportações terras-raras para o Japão.
Atualmente, a balança comercial sino-brasileira é marcada pela predominância de commodities no lado das exportações brasileiras para a China e de produtos industrializados nas exportações chinesas para o Brasil. Se der certo, o investimento na Foxconn elevará a dependência brasileira de terras-raras e poderá mudar essa equação.