Os moradores de Belo Horizonte vão começar a receber o gás natural diretamente nos fogões e aquecedores de água de suas casas no segundo semestre do ano que vem. Segundo o diretor comercial da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Roberto Garcia, a capital será a segunda cidade mineira a contar com a distribuição do produto em moradias e lojas. Neste sábado, o governador Antonio Anastasia assinou a ordem de serviço para que a concessionária de gás distribua o insumo para estabelecimentos comerciais e residências em Poços de Caldas. Na cidade do Sul do estado, a primeira a contar com o fornecimento, a expectativa é de que a distribuição seja iniciada em dezembro.
Segundo Garcia, o projeto de BH, o Anel Sul, vai receber investimentos da ordem de R$ 150 milhões e está pronto, mas ainda faltam os licenciamentos, junto à prefeitura e aos órgãos ambientais. O diretor comercial da Gasmig explica que a rede de Belo Horizonte será mais extensa. Por causa das complexidades que envolve é que a capital deve ser a segunda a contar com o fornecimento direto do gás natural para residências e estabelecimentos comerciais. O projeto da Gasmig prevê que a rede saia da região do Bairro Santo Agostinho, passe por Lourdes, atravesse a Praça da Savassi, suba pela Rua Grão Mongol atendendo o Sion e o São Pedro em direção ao Belvedere e ao Vale do Sereno (em Nova Lima). Depois, deve descer para as regiões do Buritis e do Estrela Dalva, sendo encerrada nas proximidades do Jardim América.
A princípio, a região do Bairro Cidade Nova é que deveria receber o gás natural. No entanto, segundo Garcia, a prioridade foi alterada para atender um maior número de moradores da capital. "A Região Sul é mais verticalizada", observa. Ele diz que a terceira cidade mineira a receber um projeto de gás natural deve ser Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Realidade
Com investimentos de R$ 4,1 milhões, a rede de Poços de Caldas, primeira a entrar em funcionamento, terá nove quilômetros e atenderá inicialmente 53 estabelecimentos comerciais e 41 prédios (com 1.111 apartamentos) na Região Central do município. O custo do gás natural deve ficar até 10% mais barato para os consumidores residenciais do que o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), vendido nos bujões. Para estabelecimentos comerciais, a economia vai ficar entre 10% e 46%, de acordo com os cálculos da Gasmig. Quanto maior o uso, mais expressivo o desconto. Garcia explica que o gás natural vai chegar diretamente nos prédios e será distribuído para as tubulações já existentes. "Vai funcionar como na distribuição de energia. A cobrança também será igual, por meio de conta. E o bom é que não há riscos de acabar, como ocorre com o botijão", explica.
"Estamos dando um passo muito importante. Vamos ter, pela primeira vez em Minas, o gás servindo como combustível para estabelecimentos comerciais e também para residências. Poços de Caldas é a primeira cidade do estado a ter esse serviço. O gás é um combustível não só mais barato, como também mais seguro", disse o governador Antonio Anastasia, durante a assinatura do primeiro contrato de gás da Gasmig com representantes da rede hoteleira de Poços de Caldas.