Dirigentes da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciaram negociações difíceis com Portugal nesta segunda-feira nos termos e nas condições de um resgate financeiro, num momento em que o resultado bem-sucedido de um partido anti-UE nas eleições na Finlândia lança uma dúvida quanto à sua viabilidade.
As negociações sobre um acordo que deverá valer até 80 bilhões de euros (115 bilhões de dólares) seguem uma missão técnica realizada na semana passada em Lisboa pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional.
Um porta-voz para a UE em Lisboa afirmou que os dirigentes estavam em Lisboa para obter "as opiniões e os argumentos de todos os partidos", enquanto eles entravam em negociações com o ministro da Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e outros líderes.
O governo do primeiro-ministro José Sócrates caiu no mês passado quando o Parlamento rejeitou o seu último plano de austeridade, forçando Lisboa a se curvar à pressão do mercado e buscar um resgate da UE e do FMI.
As conversas sempre serão difíceis, já que a ajuda é vista como uma humilhação nacional em Portugal, mas a vitória eleitoral do partido nacionalista finlandês Verdadeiros Finlandeses lança outra sombra sobre o acordo.
Os finlandeses profundamente eurocéticos Verdadeiros Finlandeses se tornaram o terceiro maior partido das eleições de domingo, obrigando o parlamento à direita e ameaçando deter ou até sabotar a participação da Finlândia no terceiro plano de ajuda da zona do euro.