A construção e a operação do primeiro trem-bala brasileiro devem criar cerca de 65 mil empregos diretos no país, segundo o presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio. De acordo com ele, 35 mil pessoas terão de ser contratadas para construir a linha ferroviária e mais 30 mil para colocá-la em funcionamento.
Amadio disse que, durante a construção da linha, canteiros de obras terão de ser montados em vários locais entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Os canteiros vão demandar, principalmente, trabalhadores especializados em operações de grandes máquinas, construção de pontes, viadutos e também de túneis.
“Vamos precisar fazer 185 quilômetros de túneis e 163 quilômetros de pontes”, afirmou Amadio, durante um seminário sobre o projeto do trem de alta velocidade (TAV) organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Será preciso montar sete ou oito grandes canteiros de obras pelo trecho da linha. Cada um vai empregar cerca de 5 mil trabalhadores.”
Essa enorme oferta de empregos, contudo, preocupa Amadio. “Nós não estamos preparados”, disse ele. “Não temos trabalhadores qualificados para tudo isso”, completou.
Para minimizar o problema, Amadio disse que a empresa vencedora do leilão para construção da linha terá que investir na formação de seus funcionários. Ele prevê que, assim que o resultado do leilão for confirmado, a vencedora irá buscar convênios com governos para iniciar um programa para qualificação de seus futuros empregados.
Amadio ressaltou que o investimento para esse programa terá retorno já que a empresa construtora da primeira linha de trem-bala terá prioridade na execução de outras linhas. “Tenho certeza que essa linha será o embrião de um projeto mais longo de trens de alta velocidade que serão feitos em outros locais do país”, afirmou.