A economia brasileira deixará de produzir R$ 135,8 bilhões este ano por causa dos dias parados com feriados nacionais e estaduais. A conclusão é de um estudo divulgado hoje pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Com os dias sem trabalho, o País perderá até 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, estimou o trabalho.
O cálculo foi feito levando em consideração que nove dos doze feriados nacionais deste ano são dias de semana. Pesaram na conta ainda outros 30 feriados estaduais em dias úteis em todo o País. Em 2010, o número de feriados nacionais em dias de semana foi ainda maior (10), com uma perda estimada em 4,4% do PIB. (R$ 149,2 bilhões).
A nota técnica da Firjan intitulada "O Custo Econômico dos Feriados" estimou em R$ 14,8 bilhões o valor do PIB perdido por dia parado este ano. O estudo estima que o País perde um PIB inteiro a cada 23 anos com feriados. O feriado de carnaval, por exemplo, é contabilizado na segunda e na terça-feira.
"Considerando os nove feriados nacionais e mais os estaduais, a economia fluminense vai perder R$ 14,5 bilhões, ou 3,6% do PIB estadual", conclui o trabalho. Por outro lado, o fato de os feriados regionais da Consciência Negra (20/09) e de São Jorge (23/04) ocorrerem em sábados este ano fará com que a economia fluminense deixe de perder R$ 3,2 bilhões com estas datas em 2011.
A Firjan também calculou as perdas para outros cinco Estados com grande parque industrial. Em São Paulo, as perdas são estimadas em R$ 42,5 bilhões. Minas Gerais deve perder R$ 12 bilhões. No Sul, Rio Grande do Sul perde R$ 9,4 bilhões e Paraná e Santa Catarina perdem R$ 8,5 bilhões cada.
O estudo foi apresentado pela Firjan como um alerta aos projetos de congressistas para a criação de novos feriados. Para a instituição, além das datas comemorativas, é preciso considerar "prejuízos econômicos e sociais de difícil reversão" causados por feriados em excesso, na visão dos industriais. "No momento atual, o alto nível de utilização da capacidade instalada encontrado nas indústrias torna impossível recuperar o que deixará de ser produzido por conta dos feriados", conclui o estudo.