A taxa de desemprego no país cresceu 6,3% no primeiro trimestre deste ano e está menor que a do mesmo período de 2010 (7,4%). O indicador reflete "um cenário econômico favorável" e empregos mais qualificados, segundo com o coordenador da Pesquisa Mensal do Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.
Divulgada nesta terça-feira, a pesquisa mostra que a taxa de desemprego fechou março em 6,5%, com um pequeno aumento de 0,01 ponto percentual em relação a fevereiro. Na comparação com março do ano passado, o indicador diminuiu 1,1 ponto percentual.
"É um trimestre mais favorável ao observado em 2010", destacou o economista, lembrando que o índice de 6,5% é o menor para um mês de março desde o início da série, em março de 2002.
Com a redução da taxa de desemprego, o IBGE também destaca o avanço da qualidade do emprego. Os postos de trabalho com carteira assinada no setor privado cresceram 7,4% na comparação com março do ano passado, o que significa o acréscimo de 739 mil pessoas ao mercado de trabalho.
"Essa melhora que se vê em 2011 não é uma melhora de agora. É uma melhora que começou lá atrás e foi interrompida no final de 2008 e em 2009 [período da crise financeira internacional]. Mas, em 2010, diferentemente de outros países como os Estados Unidos, o Brasil deixou a crise para trás e segue crescendo, o que se reflete no emprego", reforçou Azeredo.
Para o economista, os novos empregos também são resultado de mudanças no mercado de trabalho em função dos avanços no setor de tecnologia da informação e de investimento em educação. "Não é uma mudança conjuntural, mas é um avanço de ano a ano", completou.