A região Sudeste liderou a criação de postos de trabalho com carteira assinada em março, com 75.208 vagas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em segundo lugar aparece a região Sul, com 35.734 vagas formais criadas.
A região Centro-Oeste foi responsável pela criação de 10.551 novas vagas, enquanto o Norte gerou 2.831 postos de trabalho. Já a região Nordeste registrou o fechamento de 31.649 vagas. “Os Estados do Nordeste apresentaram volume alto de desligamentos devido ao fim do ciclo da cana-de-açúcar na região”, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Entre os Estados, São Paulo foi o que gerou mais vagas em março, com 61.001 novos postos, seguido de Paraná (13.927) e Minas Gerais (11.576). Entre as unidades da Federação com maiores recuos destacaram-se Alagoas (queda de 15.786) e Pernambuco (baixa de 7.205).
Abril
Considerando todo o Brasil, após uma queda de 65% na criação de vagas formais de emprego em março, na comparação com o mesmo mês de 2010, o resultado de abril deverá ser bastante forte, afirmou Lupi. Para ele, a desaceleração na geração de postos de trabalho com carteira assinada não reflete uma desaceleração da economia brasileira.
Segundo Lupi, a meta de criação de 3 milhões de novos empregos com carteira assinada em 2011 está mantida, apesar do resultado do primeiro trimestre do ano ter sido menor que o registrado no mesmo período de 2010. “Os ciclos (econômicos) nos próximos trimestres devem compensar esse resultado”, afirmou. De acordo com o ministro, o recorde histórico de desligamentos para toda a série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em março se deveu à antecipação da contratação de fevereiro e ao fim do ciclo sucroalcooleiro do Nordeste. “Além disso, chegou ao fim o ajuste das vagas temporárias criadas no fim do ano”, completou.
Selic
Na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, o ministro criticou ainda o ciclo de aumento dos juros básicos da economia para combater a inflação. “Taxas de juros mais altas favorecem o capital especulativo e prejudicam o capital produtivo, inibindo investimentos. Então, sempre a alta de juros inibe a criação de empregos no País”, afirmou.
Segundo Lupi, existem outros mecanismos que deveriam ser utilizados para conter a inflação, em vez da utilização da política monetária. O ministro defendeu especialmente a conscientização da população para que os próprios consumidores desestimulem o mercado a aumentar os preços, sendo mais rigorosos em suas compras. “As pessoas estão mais maduras para fazerem escolhas. Se a carne está cara, vamos consumir bacalhau” afirmou.