Apesar das dúvidas levantadas por parte do mercado sobre os 100 mil empregos que podem ser criados no Brasil com os investimentos de US$ 12 bilhões anunciados pela Foxconn, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou nesta quarta-feira que, no longo prazo, a geração de tantas vagas de trabalho é factível.
"A Foxconn é uma empresa enorme. Para nós, 100 mil empregos é muito, mas para ela não. Além disso, trata-se de um processo longo de investimentos, planejado para cinco ou seis anos. Não serão 100 mil empregos da noite para o dia, mas é perfeitamente possível que a empresa confirme o plano”, afirmou. O ministro participou hoje do programa “Bom Dia Ministro”, na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
A empresa, de capital taiwanês, pretende investir US$ 12 bilhões no Brasil para a construção de uma fábrica de displays digitais utilizados em tablets, celulares, TVs e laptops, no que seria um dos maiores projetos já desenvolvidos por uma companhia estrangeira no País.
Câmbio
O ministro admitiu ainda que o real deverá permanecer valorizado nos próximos anos, mas afirmou que o patamar atual está acima do ideal, pois prejudica a produção nacional e retira competitividade das mercadorias brasileiras. “Países fortes têm moedas fortes, não vamos esperar que o real caia de uma hora pra outra. Agora, o real não deve estar em um patamar tão alto que prejudique a produção nacional”, disse.
Segundo ele, o governo continuará combatendo a valorização excessiva da moeda. “Não posso dizer quais, porque não é a minha área, mas novas medidas serão adotadas pelo governo”, completou. Pimentel culpou as ações do governo norte-americano no sentido de desvalorizar o dólar para dar maior competitividade a sua economia, que ainda não conseguiu se desvencilhar por completo dos efeitos da crise financeira internacional.
Além disso, destacou o ministro, o bom momento do Brasil tornou o País um dos principais alvos dos investimentos estrangeiros, aumentando a entrada de dólares no mercado brasileiro. “Esse segundo problema é um bom problema, nós sempre trabalhamos para que isso acontecesse”, concluiu.