Contrariando as expectativas do mercado, a Petrobras decidiu reduzir o preço do gás natural de produção nacional em 9,7% para as distribuidoras a partir de 1º de maio. Especialistas do setor haviam calculado que haveria aumento nesse período.
A companhia informou que esta medida se baseou em estudos da área comercial e visa a preservar a competitividade do gás natural no mercado.
A estatal tem este ano um grande volume de gás natural para ser ofertado, com a entrada em produção das unidades de Mexilhão, Uruguá-Tambaú e também o projeto piloto do campo de Lula (ex-Tupi), que sozinho tem capacidade para gerar 6 milhões de metros cúbicos, ou o equivalente ao total consumido pelo mercado de Gás Natural Veicular (GNV).
Segundo a Petrobras, o desconto médio de 9,7% será praticado nos próximos três meses (maio a julho). "Além de não afetar a fórmula de precificação vigente, o desconto não constitui mudança nos contratos ou acordo, mantendo-se, portanto, inalterados todos os instrumentos contratuais existentes".
A empresa deverá manter também as vendas de gás natural de curto prazo por meio de leilões eletrônicos. O último leilão, realizado em março, garantiu para as distribuidoras suprimento firme de abril até julho, de 7,8 milhões de metros cúbicos por dia com deságio de 46% em relação ao preço dos contratos que têm reajuste em maio. Desta forma, o preço de venda da Petrobras do gás natural nacional, incluindo o desconto em 1º de maio e os leilões, se posiciona em média 24% abaixo do preço dos contratos de longo prazo com as distribuidoras.