A Foxconn pretende bancar de 40% a 50% do projeto de investimento de US$ 12 bilhões no Brasil anunciado na semana retrasada, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China. O restante viria de parceiros brasileiros e de financiamento ou participação no projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse uma fonte que acompanhou as conversas com a empresa.
Além disso, a produção no Brasil reduziria o preço final dos produtos, que não estariam sujeitos ao Imposto de Importação que encarece eletrônicos e computadores fabricados em outros países. O desktop da Apple de 21,5 polegadas, por exemplo, custa US$ 2,5 mil no Brasil, US$ 1,5 mil na China e US$ 1,2 mil nos Estados Unidos.
Com o aumento da renda e da demanda por produtos de alta tecnologia, faria sentido investir na produção de componentes e equipamentos acabados dentro do Brasil. "As companhias de eletrônicos estão começando a repensar suas estratégias globais de manufatura, produzindo em locais mais próximos do consumidor final, para reduzir os riscos na cadeia de fornecedores e o tempo e custo de transporte", disse Pamela Gordon, presidente da empresa de consultoria Technology Forecast, especializada em estratégias de produção para a indústria de eletrônicos.