O agravamento da crise econômica na Europa e o rebaixamento da classificação de risco da dívida dos Estados Unidos tiveram pouco impacto na dívida pública brasileira no exterior, disse nesta segunda-feira o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. Segundo ele, o Brasil, até agora, está praticamente ileso em relação às turbulências internacionais.
“Atualmente, as taxas dos títulos brasileiros [no mercado secundário], que são uma boa referência para esses movimentos de mercado internacional, têm variado muito pouco. Eu diria que o Brasil tem sofrido pouco os efeitos da crise no exterior. O impacto tem sido bastante pequeno. Nada significativo”, declarou o coordenador.
Sobre uma possível nova emissão de títulos brasileiros no exterior, o coordenador afirmou que o Tesouro continua analisando as condições do mercado internacional antes de fazer uma nova captação. “A demanda por títulos brasileiros continua elevada no mercado externo, mas as necessidades de financiamento [recursos para pagar os vencimentos da dívida externa] são muito baixas. Podemos aguardar o melhor momento”, avaliou Garrido.
A última emissão de títulos brasileiros no mercado internacional ocorreu em outubro do ano passado. De acordo com o coordenador, o país, nos últimos anos, tem comprado dólares no mercado interno para pagar os vencimentos da dívida externa, sem a necessidade de captar recursos no exterior. Atualmente, afirmou ele, o Brasil adquiriu 75% dos dólares que precisa para quitar os vencimentos da dívida externa em 2011 e 2012.