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Estado de Minas

Gasolina acelera inflação no país

Preço da gasolina tem forte alta nos postos do país em abril e acelera Índice de Preços ao Consumidor Semanal, que avança 0,95% no mês. Alimentos também pressionaram


postado em 03/05/2011 06:00 / atualizado em 03/05/2011 06:19

 

Alimentada pelo reajuste nos preços dos combustíveis e dos alimentos, a inflação parece não dar trégua ao bolso do consumidor. Na última semana de abril, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou variação de 0,95%, 0,15 ponto percentual acima da taxa registrada no levantamento anterior. O resultado superou as expectativas do mercado, que previa variação entre 0,76% e 0,93% no período. No acumulado do ano, o índice já alcança alta de 3,46% e em 12 meses, de 6,05%.

Durante todo o mês de abril, os preços dos combustíveis se mostraram os grandes vilões da inflação com altas sucessivas. No último levantamento, a gasolina subiu 5,98% e respondeu por 0,18 ponto percentual do total de 0,95%. Nos postos de combustíveis, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o reajuste da gasolina nos postos do país no mês passado, de 6,16%, foi o maior desde setembro de 2005. De acordo com a pesquisa feita em 35 mil postos de todo o país, o preço médio do litro da gasolina passou de 2,661 em março para R$ 2,825 em abril.

A pesquisa da ANP aponta que o preço da gasolina vem subindo desde julho do ano passado. Naquele mês, o litro era encontrado por R$ 2,538 médios. Em janeiro, o preço chegou a R$ 2,607, atingindo R$ 2,615 no mês seguinte e saltando, respectivamente, para R$ 2,661 e R$ 2,825 em março e abril. Em Minas Gerais, o preço médio da gasolina passou de R$ 2,852 na terceira semana de abril para R$ 2,878 no último dia do mês, com aumento de 0,9% na semana. Em relação ao início do mês, o reajuste é de 4,16%. Os reajustes nas bombas foram registrados também em Belo Horizonte, onde o preço médio da gasolina teve aumento de 0,49% e passou de R$ 2,821 para R$ 2,835. No mês, a variação chega a 4,15%.

COMIDA CARA Os alimentos, que tinham perdido força ao longo do mês com duas quedas sucessivas (veja quadro), voltaram a pesar no resultado, puxados principalmente pelo segmento de hortaliças e legumes. A alta de 0,91% na semana encerrada em 22 de abril, subiu para 1,04% no levantamento do dia 30. Somente a batata-inglesa fechou o último mês com variação de 30,68%. O comportamento fez com que o item respondesse, sozinho, por 0,31 ponto percentual da taxa geral de 0,95%.


Segundo coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, no mesmo período do ano passado, os alimentos foram responsáveis por 0,55 ponto percentual da variação de 0,77%, praticamente dois terços de todo o resultado. “Naquele momento, o impacto no índice era praticamente todo da alimentação. Quando o efeito deste item sumiu, a taxa apresentou uma queda rápida, com os três meses consecutivos de deflação”, lembra.

Mas o cenário não deve se repetir este ano. “Hoje o IPC-S não só está maior, como se disseminou em outros itens, como transporte e serviços”, observa. “Mesmo que os alimentos reduzam a participação, o índice com certeza não vai recuar na mesma velocidade e não vamos ter um cenário de deflação tão acentuada”, acrescenta. Dos sete itens avaliados pelo levantamento, somente educação, leitura e recreação apresentou retração no IPC-S, passando de 0,36% para 0,32%.

Aumento maior previsto para o ano

O comportamento fez com que o especialista da FGV revisasse as expectativas de fechamento do IPC-S no ano. “A previsão era de 6% até o fechamento de março. Mas com o resultado surpreendente de abril, foi necessário fazer a revisão para 6,4%”, avalia. Apesar do cenário pouco animador, Picchetti acredita que o índice comece a arrefecer já neste mês.

Segundo o analista, os combustíveis não devem seguir o mesmo comportamento das últimas semanas, influenciados pelo início da safra da cana-de-açúcar, que já deve começar a ter impacto nas bombas. O grupo saúde e cuidados pessoais, que fechou abril com alta de 1,10%, também não deve seguir o mesmo caminho de alta, uma vez que foi influenciado pelo reajuste dos preços dos medicamentos no último mês.

Mesmo com um cenário de menor pressão inflacionária, Picchetti não acredita em resultados negativos como os alcançados no mesmo período do ano passado. “Não vamos ter um terreno de deflação nos próximos meses e o acumulado dos últimos 12 meses vai continuar crescendo. Acredito que haja uma retração somente entre o terceiro e quarto trimestres do ano”, prevê. A expectativa é de que o pico seja atingido em agosto, com um resultado elevado de 7,9%.

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