Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro da Fazenda, Guido Mantega salientou que o governo está atento para evitar que a inflação avance sem controle. Uma das medidas está sendo o envio de uma medida provisória (MP) para enquadrar o etanol como combustível, até então considerado produto agrícola. Desse modo, o etanol passará a ficar submetido ao controle da Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP).
Antes, o ministro havia dito que os custos de transporte (pressionados pelos combustíveis) e de alimentos puxaram a inflação. Sem esses dois itens, observou, a inflação dos últimos doze meses ficaria acumulada até março em 4,66%. A ideia é regulamentar outros setores que estejam pressionando os
Mantega disse que o governo está concluindo esse ano os ajustes necessários para evitar que a economia cresça além de suas possibilidades. Desde o ano passado, como salientou, o governo começou a recompor impostos e a eliminar subsídios que foram adotados como medidas de enfrentamento dos efeitos da crise financeira mundial de 2008.
Foi como parte dos ajustes que o governo cortou R$ 50 bilhões de despesas previstas no Orçamento desde ano, lembrou o ministro. Segundo ele, o objetivo foi reduzir o consumo sem prejudicar os investimentos. No momento certo, afirmou ainda, esse esforço permitirá um retorno da queda da taxa básica de juros da economia. "É claro que não com inflação em alta, mas no momento oportuno", observou.
O ministro também abordou a influência dos preços internacionais das commodities, principalmente dos alimentos, na inflação brasileira e de outros países. Seundo Mantega países produtores de alimentos se descuidaram em aumentar a produção nos últimos anos, o que se conjugou com muitas quebras de safras devido a problemas climáticos e à especulação financeira com as commodities por causa do excesso de dólares decorrente da política monetária dos Estados Unidos.