A desigualdade de renda dos brasileiros caiu nos anos 2000 para o piso histórico, segundo pesquisa divulgada hoje pelo professor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri. O estudo toma como base o índice de Gini, que começou a ser calculado nos anos 60. Com esse resultado, o País conseguiu reverter todo o crescimento da desigualdade registrada nas décadas de 60, 70 e 80.
Apesar do bom resultado, Neri ressalta que a desigualdade de renda medida pelo índice de Gini no Brasil ainda está abaixo dos padrões dos países de primeiro mundo. O índice de Gini brasileiro está em 0,5304, acima do taxa de 0,42 dos Estados Unidos. Neri explica que quanto mais próximo de 1, pior a desigualdade. "Acredito que ainda vai demorar mais uns 30 anos para que possamos chegar aos níveis dos EUA", previu.
Escolaridade
O aumento da educação e os programas sociais do governo foram os principais responsáveis pela queda da desigualdade de renda dos brasileiros entre 2001 e 2009, segundo a pesquisa feita pelo professor do Centro de Políticas Sociais da FGV. "Isso mostra que a China não é aqui", afirmou. E completou:" o grande personagem dessa revolução é o aumento da escolaridade. Mas, ainda temos a mesma escolaridade do Zimbábue."
Entre os 20% mais pobres, a escolaridade avançou 55,6%, enquanto entre os 20% mais ricos, a escolaridade cresceu 8,12%. Ele citou ainda o fato de pessoas de raça negra ganharem aumentos de 43% no período, enquanto os brancos tiveram crescimento de 21%.