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Estado de Minas

Microempresas são o novo filão dos planos de saúde


postado em 04/05/2011 06:00 / atualizado em 04/05/2011 06:14

Os cerca de 6 milhões de negócios de pequeno porte estabelecidos no Brasil são o novo alvo das operadoras de planos de saúde, que estão de olho em um mercado de ouro, representado por 99% das empresas formais do país. Agora, negócios com um único funcionário podem contratar planos de saúde corporativos, que têm como atrativo o preço entre 20% e 30% mais barato que o modelo individual ou familiar. Especialistas em direito do consumidor alertam que para os pequenos, o contrato só vale a pena se realmente tiver custos significativamente menores que os planos individuais, já que os riscos são maiores.

Até então as grandes empresas eram o foco dos convênios médicos. Como as vendas para esse filão deixaram de se expandir com o mesmo vigor de antes, a atenção se volta para o mercado das microempresas. Para atingir esse pequeno grande público, que pode ser traduzido em 14 milhões de trabalhadores em todo o país – sendo 2 milhões em Minas – os planos desenvolveram produto e marketing para fisgar os microempreendimentos, principalmente aqueles entre 1 e no máximo 30 funcionários. Em Minas, são mais de 600 mil estabelecimentos com até 9 funcionários, o que corresponde a 93,2% das empresas formais. Nas operadoras que desenvolveram a estratégia, os contratos fechados com o setor chegaram a crescer, no ano passado, mais que o dobro do total apurado pela carteira.

No ano passado, 91% dos contratos firmados pela cooperativa Unimed-BH foram para os pequenos negócios, que em dois anos aumentaram sua participação em 200%, atingindo 10% da carteira da cooperativa. Na Bradesco Saúde, os seguros de pequeno grupo avançaram 35,9% no ano passado, contra um crescimento geral de 18,3%. Na Santa Casa Saúde, voltada para a venda de planos para classes C e D, os contratos para os pequenos negócios avançaram 15%, ante um crescimento do plano de 8%.

COPARTICIPAÇÃO Segundo Marcelo Coury, superintendente comercial da Unimed-BH, para alavancar as vendas no segmento foi desenvolvida a modalidade de coparticipação, onde o usuário pode escolher o valor da parcela. Há também uma divisão do pagamento do plano entre o empregador e empregados. Ele explica que como na Região Metropolitana de Belo Horizonte 95% das empresas têm até 30 funcionários, o plano foi formatado para atender a partir de quatro empregados. “Mesmo o negócio com apenas um funcionário pode aderir, desde que o beneficiário tenha três dependentes”, esclarece.

 O presidente da Bradesco Saúde, Márcio Coreolano, diz que o convênio corporativo pode sair até 30% mais barato. “Um dos grandes atrativos do produto é reduzir o absenteísmo”, defende o executivo. Segundo ele, os seguros para pequenos grupos cresceram quase duas vezes mais que a arrecadação total e já ultrapassaram a carteira individual e familiar. Na Santa Casa Saúde a informação é de que os planos corporativos para negócios com até 10 funcionários custam de 25% a 30% menos que o produto individual.

Gerente diminui faltas


A gerente de Recursos Humanos da Sudeste Construções e Empreendimentos Patrícia Diniz (em pé na foto) contratou um plano médico para 22 funcionários. A pequena empresa do setor de construção civil decidiu assumir o custo total, sem exigir coparticipação dos empregados. A empresa arca com R$ 1,8 mil por mês para bancar o plano de saúde dos funcionários, o que dá exatos R$ 81,82 por empregado. “Na ponta do lápis, as faltas ao trabalho saíam mais caras para a empresa do que o plano”, conta Patrícia Diniz. Ela revela que o benefício do plano médico reduziu em 98% as ausências motivadas por idas ao médico. Detalhe: como assume o custo, a empresa exige que as consultas médicas ocorram fora do horário de trabalho. “No plano coletivo, o empregado pode entrar sem cumprir carência”, acrescenta Patrícia.


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