Somente a partir de junho, governo e centrais sindicais começarão, de fato, a discutir o fim do fator previdenciário, mecanismo criado em 1999 para desestimular as aposentadorias precoces. Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, durante este mês será feito todo um levantamento sobre a incidência do fator previdenciário nas aposentadorias do INSS para, em junho, começarem as negociações. "Hoje não tivemos um debate de conteúdo", frisou o presidente da CUT, que participou de reunião com representantes de outras cinco centrais sindicais e o secretário geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto.
O presidente da CUT ressaltou que a proposta das centrais sindicais é de fim do fator previdenciário, mas todos estão conscientes de que é necessário criar um instrumento alternativo. Uma das propostas, cuja negociação já foi iniciada no Congresso Nacional, é a adoção de um novo critério de cálculo da aposentadoria, que ficou conhecido como fórmula 85/95. Com esse mecanismo, as pessoas só poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens) ou 85 (mulheres).
Arthur Henrique disse ser contrário à proposta de adoção de uma idade mínima de aposentadoria no país, como já defendem alguns parlamentares. Na avaliação do sindicalista, a adoção de uma idade mínima será mais prejudicial ao trabalhador do que o fator previdenciário. Isso porque, no Brasil, as pessoas começam a trabalhar muito cedo.
Ele afirmou ainda que na agenda de negociações entre governo e centrais sindicais também estão temas, considerados prioritários como terceirização de trabalhadores, negociação coletiva dos reajustes dos servidores públicos, criação de mecanismos para reduzir a rotatividade do trabalhador nas empresas e redução da jornada de trabalho. O presidente da CUT ressaltou que, mesmo sem o apoio de outros sindicatos, vai continuar defendendo o fim do imposto sindical.