A venda de veículos importados vem crescendo ao longo do ano, enquanto a de carros nacionais está recuando. Segundo dados divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a abril a comercialização de automóveis importados no Brasil cresceu 28,5% na comparação com os primeiros quatro meses de 2010, enquanto a venda de nacionais recuou 0,7% no mesmo período. A maior parte dos veículos trazidos do exterior são importados pelas próprias montadoras instaladas no Brasil.
Com relação às exportações, o presidente da entidade, Cledorvino Belini, disse que o desempenho do setor ainda está muito abaixo do registrado nos melhores períodos já vivenciados pela indústria automobilística brasileira. Na comparação com o primeiro quadrimestre de 2010, o setor ampliou suas exportações (em unidades) em 9,1%, mas ainda assim, segundo Belini, está muito abaixo dos quatro primeiros meses de 2005, quando as exportações estavam em alta. "Na comparação com os primeiros quatro meses de 2005 a queda é de 22,3%", afirmou.
Ainda de acordo com a Anfavea, os estoques de veículos (soma das unidades nos pátios das fábricas e nas concessionárias) equivalem hoje a 33 dias úteis de vendas. No final de março eles somavam 30 dias de vendas. "Houve um ligeiro aumento, mas isso não preocupa", avalia o presidente da Anfavea.
Projeção
A Anfavea mantém, por enquanto, sua projeção de crescimento de 5% para as vendas no mercado interno, apesar da desaceleração nas vendas que já foi detectada nos primeiros quatro meses deste ano. Mas o presidente da entidade, Cledorvino Belini, admite que a projeção pode ser revista nos próximos meses. "É cedo ainda para alterarmos as projeções. Estamos vendo uma redução na velocidade de crescimento, mas preferimos aguardar mais alguns meses antes de mudar nossas previsões", afirmou.
As vendas nos dois primeiros meses deste ano foram 19,5% maiores do que as do primeiro bimestre de 2010. No quadrimestre, no entanto, esse ritmo de crescimento já diminuiu significativamente. De janeiro a abril, as vendas superam em 4 6% as registradas no mesmo período do ano passado.
Segundo Belini, caso o governo não tivesse adotado medidas macroprudenciais no fim do ano passado para conter o consumo, as vendas do setor poderiam repetir o desempenho do ano passado, quando a alta foi de quase 12%. "Mas precisamos mesmo colocar a inflação no eixo para depois voltar a crescer com mais vigor", disse.