BCE considera que ajuda à Grécia não é poço sem fundo

O economista chefe do Banco Central Europeu (BCE), Jürgen Stark, afirmou nesta terça-feira que a ajuda financeira à Grécia não é um poço sem fundo, e que o país não é insolvente. "Não vejo como um poço sem fundo. Mas penso que o que colocamos em prática há um ano com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é um programa realista que deve ser aplicado", declarou à rádio Bayerischer Rundfunk.

"A Grécia tem muitas dívidas, mas não é insolvente", completou Stark, para quem uma "reestruturação da dívida não é a solução". Apesar dos desmentidos do governo grego, de autoridades europeias e do BCE, que possui títulos da dívida soberana grega, os mercados especulam que Atenas precisará de mais do que os 110 bilhões de euros concedidos pela UE e o FMI ano passado para financiar sua dívida.

Para Lorenzo Bini Smaghi, membro da diretoria do BCE, uma eventual suspensão de pagamentos ou reestruturação da dívida grega devastaria a economia do país e afetaria toda a Eurozona. "Uma suspensão ou uma reestruturação da dívida grega deixaria o sistema bancário de joelhos, com as perdas registradas com os títulos do Estado, já que perderia a possibilidade de refinanciamento com o BCE", declarou ao jornal La Stampa.

Captação

A Grécia captou nesta terça-feira 1,625 bilhão de euros em bônus a seis meses, a uma taxa de 4,88%, ligeiramente superior à registrada na emissão anterior, anunciou a Agência de Dívida Pública (PDMA).

A demanda foi mais de três vezes superior, alcançando 4,474 bilhões de euros para uma oferta inicial de 1,25 bilhão, indicou a agência. Na última emissão de obrigações a seis meses, em 8 de março, a Grécia havia captado 1,625 bilhão de euros a uma taxa de juros de 4,75%.