O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb) diz que atribuir culpa aos postos pelo aumento do preços dos combustíveis é ato incorreto e injusto. Para o Sindicomb, “a revenda de combustível é o elo mais visível do mercado e com o menor poder econômico".
Na avaliação do sindicato, se as autoridades estão interessadas em descobrir se houve elevação abusiva de preços, deveriam encaminhar pesquisas de planilhas de custos a toda a cadeia do petróleo, isto é, fonte produtora e refinaria, distribuidoras e também para as usinas.
Os motoristas de carros movidos unicamente a gasolina reclamam de ter que pagar mais pelo produto em consequência da alta do etanol nas usinas, já que o seu carro não é movido a álcool.
O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras - a gasolina pura, sem a mistura com o etanol - é apenas um dos componentes para a formação do preço final do produto. Desde 2009, o preço é de R$ 1,05 nas refinarias.
O etanol anidro, acrescido à proporção de 25% para cada litro de gasolina A, que forma então a gasolina C, própria para venda nos postos de todo o país, vem sofrendo aumentos.
Segundo o Sindcomb, entre os meses de junho de 2010 e abril de 2011 o etanol anidro subiu 180% nas usinas sucroalcooleiras. “Somente essa alteração provocou uma elevação média de 19% no custo da gasolina. No mesmo período, as distribuidoras venderam o combustível fóssil aos postos com reajuste médio de 14%”, afirma a entidade.
O Sindcomb garante que os postos repassaram, em média, 11,6% (conforme os relatórios semanais disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo). “Vimos o preço do litro do etanol anidro passar de R$ 0,8023, em junho de 2010, para R$ 2,726, em abril de 2011. Além disso, os impostos são cobrados no regime de substituição tributária (na fonte), calculados a cada quinzena sobre valores apurados em pesquisas diárias”.