O governo de Mato Grosso negocia com bancos um empréstimo de R$ 4 bilhões, a taxas de juros inferiores a 18% ao ano, para quitar suas dívidas com a União. A autorização para obtenção do empréstimo foi concedida ontem pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ao governador Silval Barbosa (PMDB), que hoje pela manhã se reuniu, em Cuiabá, com diretores do Banco do Brasil (BB) para discutir o assunto.
O governador afirmou que a intenção é antecipar a quitação da dívida para 10 anos, com prestações fixas e sem indexação. Barbosa disse que o governo recebeu propostas de três bancos, entre os quais o BB. "Mas estamos abertos a conversas com outras instituições financeiras para definir a operação. Pagaremos a União, acabaremos com os juros altos e depois pagaremos o empréstimo aos bancos", afirmou.
O economista Vivaldo Lopes, secretário-adjunto da Casa Civil do governo estadual, explicou que, devido à indexação ao IGP-DI do empréstimo obtido em 1998, "a dívida já foi paga, em tese, duas vezes, e o Estado ainda tem um débito de R$ 5,2 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão de dívidas fiscais que não integram o pacote de renegociação, por terem taxas de juros compatíveis com as praticadas no mercado".
"O empréstimo foi de R$ 3,3 bilhões em 1998. Até 2008 pagamos R$ 6,5 bilhões à União, mas ainda devemos", disse. No ano passado, o governo de Mato Grosso pagou R$ 876 milhões para abater a dívida com a União, a juros acima de 18%. A taxa é resultado da soma da correção pelo IGP-DI, que foi de 11,32%, mais 6,5% que é indexador utilizado pelo governo federal. A proposta que está sendo discutida com os bancos deve ser submetida ao Senado e, posteriormente, ao Tesouro Nacional.