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Estado de Minas

Custo na produção diminui oferta de frango


postado em 13/05/2011 06:00 / atualizado em 13/05/2011 06:16

São Paulo – O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, informou que algumas indústrias do país reduziram a produção de carne de frango entre 5% e 8%, devido à alta do custo de produção, principalmente despesas com milho e soja. Esses insumos são utilizados na ração. Só o milho representa entre 65% a 70% do custo de produção da ração para frangos. “São empresas principalmente de regiões que estão com maior dificuldade de comprar os insumos a valores que compensem a atividade, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais”, afirmou o executivo, sem citar os nomes das companhias. “No Centro-Oeste, por exemplo, por conta da dificuldade de compra de milho, os preços chegam a ser 20% superiores do que em outras regiões”, ressaltou.

Turra não quis arriscar preços para o milho no decorrer do ano. “Só vamos dormir melhor ou não depois de meados de junho, quando a safrinha estará definida”, disse. Há risco de perda de produção em Mato Grosso por causa da estiagem e preocupação com o clima também no Paraná, onde a queda de temperatura eleva a possibilidade de geadas. Os dois estados são os principais produtores de milho. O executivo levanta dúvidas sobre se haverá oferta suficiente para atender à demanda. “Só a avicultura brasileira pode absorver 45% dessa demanda”, afirmou.

O câmbio também preocupa o setor, já que a carne de frango brasileira está perdendo competitividade no exterior. Mesmo assim, o desempenho das exportações em abril foi bom, na opinião de Turra. “O momento é de forte demanda pela carne de frango no mundo, já que os estoques estão baixos. Mas estamos no limite do repasse de preços e, num momento em que há oportunidade de crescermos nossos embarques, estamos perdendo negócios por conta do efeito câmbio e da alta dos custos”, reclamou o presidente da Ubabef.

Projeção

Apesar disso, a Ubabef mantém a projeção de crescimento de 3% a 5% no volume embarcado para 2011, “embora tudo dependa de como ficará a questão do câmbio e do milho, ou seja, o cenário não pode complicar”. Em abril, segundo a entidade, a receita com as exportações de carne de frango somou US$ 689,59 milhões, alta de 27,9% com relação aos US$ 539,3 milhões obtidos no mesmo mês de 2010. Em volume, houve incremento de 4,9%, passando de 309,94 mil toneladas para 325,2 mil toneladas embarcadas. No acumulado do ano até abril, a receita totaliza US$ 2,556 bilhões, incremento de 28,2% ante o mesmo período de 2010. Em volume, a alta é de 8,7%, para 1,258 milhão de toneladas.

Entre os principais destinos em abril, destaca-se o Oriente Médio, com importações de 116,6 mil toneladas e receita de US$ 221,3 milhões. Em seguida, vem a Ásia (92,6 mil de toneladas e US$ 216,9 milhões), África (33,7 mil toneladas e US$ 44,6 milhões), União Europeia (45,1 mil toneladas e US$ 135,9 milhões) e Américas (22,6 mil toneladas e US$ 40,1 milhões). No ranking por estado, Santa Catarina e Paraná ficaram praticamente empatados com 89.252 toneladas e 89.224 toneladas embarcadas em abril, respectivamente. Em seguida ficou o Rio Grande do Sul (58.670 toneladas), São Paulo (23.677 toneladas) e Minas Gerais (17.023 toneladas).


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