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Estado de Minas

Vale tudo para economizar e fugir da inflação


postado em 15/05/2011 06:50 / atualizado em 15/05/2011 07:36

A advogada Elaine Gazola refez as contas, mudou os costumes para se adaptar à inflação e agora vai a pé para o trabalho(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A advogada Elaine Gazola refez as contas, mudou os costumes para se adaptar à inflação e agora vai a pé para o trabalho (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A advogada Elaine Gazola ficou assustada quando fez as contas e viu que o percentual da sua renda engolido pelos seus gastos mensais fixos estava ficando cada vez maior. Para evitar o descontrole do orçamento doméstico pressionado pelo custo de vida, ela tomou algumas providências. A primeira foi deixar o carro na garagem e ir a pé para o trabalho. Segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis, a gasolina encareceu 4% nos últimos 30 dias, sendo os combustíveis um dos principais vilões da inflação.

A gerente de pesquisas do IBGE, Irene Machado, lembra que os serviços e itens como a alimentação fora de casa também pressionaram a inflação. Por isso, Elaine, que é solteira e almoça na rua, além de investir parte da renda em lazer, refez suas contas. “Antes gastava R$ 10 por dia para almoçar, agora gasto R$ 13.” A variação de 30% pesou no bolso da consumidora e é medida também pelo índice oficial. As refeições fora de casa, a gasolina e a carne estão entre os principais responsáveis pela alta acumulada de 6,51% no IPCA nos últimos 12 meses até abril. No período, as refeições em restaurantes avançaram 12,66%. “Para compensar o gasto extra, no último mês, troquei de restaurante e ainda não animei a voltar para a academia, que subiu nos últimos 12 meses de R$ 112 para R$ 150. Em casa, procuro comprar só o que vou consumir, cortando desperdícios”, garante a advogada.

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Enquanto o IPCA acumula alta nos últimos 12 meses de 6,51%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda entre um e seis salários mínimos, atingiu 6,3%. “A inflação pesa para as classes mais baixas, mas também na classe média. Uma mostra é o IPCA acumulado, que supera o INPC”, ressalta Mauro Rochlin, economista e professor do MBA em economia empresarial da FGV/IBS. Ele avalia que no próximo trimestre o custo de vida deve perder o ritmo, mas o índice acumulado continuará com percentuais altos e, por isso, o momento é mesmo de atenção à aceleração dos custos. Ele explica que a redução dos gastos públicos, a desaceleração do preço das commodities e do consumo das famílias são variáveis importantes para que a inflação no final do ano feche próximo aos 6%. Mesmo assim, em 2011, o índice vai pesar no orçamento doméstico mais que em anos anteriores.

Cada grupo familiar tem suas características e a ideia é tentar economizar nos gastos que não são fixos. Enquanto a advogada Elaine Gazola consegue reduzir no lazer, é difícil para o casal Geraldo e Jucir Guimarães economizar com os medicamentos, que no índice de inflação dos idosos têm grande peso. “Na nossa idade, o que mais pesa no orçamento são os remédios. Gastamos mais de 50% da nossa renda com medicamentos. E os preços estão subindo demais. Juntos, eu e minha esposa tomamos nove tipos de remédio”, diz Geraldo. A sensação do casal é de que os preços subiram bem mais que a inflação. No último mês, os gastos com transporte, impulsionados pela alta da gasolina, subiram de R$ 150 para R$ 200, e a alimentação em restaurantes, de R$ 330 para R$ 350.

Xô, prestações!

O consultor em educação financeira, também autor do livro Dinheirama, Ricardo Pereira, diz que o momento é para cada família ter atenção, identificando onde pode reduzir gastos e evitar prestações. “Os consumidores devem procurar pelos melhores preços e tentar ir ao supermercado uma vez ao mês para evitar compra de produtos desnecessários.”


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