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Estado de Minas WALL STREET JOURNAL

Após prisão de Strauss-Khan, colunista americano defende emergente para FMI


postado em 17/05/2011 08:33 / atualizado em 17/05/2011 08:36



Um artigo do colunista Paul Hannon, publicado nesta terça-feira no diário financeiro americano Wall Street Journal, defende que um economista de país emergente deve ser o próximo diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), sucedendo Dominique Strauss-Khan.

O artigo, que como outros na imprensa estrangeira aborda a questão da sucessão no FMI, defende que a Europa deve "afrouxar a influência" que tem sobre a nomeação do cabeça da instituição.

"Os países da zona do euro precisam demonstrar que fizeram uma mudança fundamental na forma como se comportam, embarcando em um caminho

caracterizado pela aderência a regras estritas e o fim dos acertos políticos", diz o colunista. "Uma das melhores e mais públicas maneiras de fazer isso é abrir mão de seu injustificável direito a nomear o chefe do FMI."

O tema ganhou espaço na imprensa estrangeira à medida em que a situação de Strauss-Khan, preso nos EUA sob acusação de tentativa de estupro, aponta para uma possível sucessão imprevista na organização multilateral.
 
Em seis décadas de existência do fundo, todos os presidentes foram europeus, de acordo com um acordo tácito segundo o qual o continente nomeia o chefe do FMI, enquanto os EUA indicam o próximo presidente do Banco Mundial.

Desta vez, entretanto, os países emergentes já deram início à pressão para que o próximo chefe do fundo reflita a nova geografia da riqueza mundial, na qual países como China, Brasil, Índia e Rússia também são protagonistas.

Queda de braço

O espanhol El País também dá espaço à discussão, em uma reportagem que destaca que "a Europa resiste ceder aos países emergentes a liderança do FMI". O artigo lembra que "o mundo mudou muito desde 1944, especialmente desde a última crise, que castigou os países ricos, e da qual saíram reforçados emergentes como a China, Índia e Brasil, que agora querem fazer valer sua pujança".

"Strauss-Khan acelerou nos últimos três anos uma transformação para que os emergentes ganhem peso, mas esse deve ser um processo muito lento: ninguém está disposto a perder a cota de poder", escreve o El País.

O também espanhol Cinco Días, especializado em finanças e economia, lembra que, apesar de concentrar 14% do PIB mundial, a China detém apenas 6% dos votos do FMI. Já o Brasil detém 2%, longe dos 5,3% da Alemanha ou 4% da França.

"As reclamações dos países emergentes elevaram o nervosismo no seio da União Europeia, que se recusa a perder sua supremacia à frente do organismo internacional financeiro mais importante, que participou ativamente dos resgates da Grécia, Irlanda e Portugal", nota o Cinco Días.

Nome caseiro

O profundo envolvimento do FMI na crise da dívida da eurozona foi a razão citada pela chanceler alemã, Angela Merkel, para defender um europeu na cabeça do fundo.

Nos jornais europeus, fala-se na ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, ou no ex-premiê e ministro das Finanças da Grã-Bretanha Gordon Brown – que, entretanto, não conta com o apoio do governo conservador britânico nesta empreitada. Entretanto, nomes de fora da UE, como economistas de Cingapura, África do Sul e Turquia, também fazem da parte da lista de possíveis candidatos.

Para Paul Hannon, o articulista do Wall Street Journal, o novo indicado deveria ser um desses. "Quando a Ásia experimentou sua crise financeira no fim dos anos 1990, os líderes europeus não sugeriram que alguém da Indonésia, Filipinas ou Tailândia fosse o melhor nome para o FMI. E quando a América Latina vivia a sua crise da dívida soberana nos anos 1980, a Europa se contentou com uma sucessão de burocratas franceses na direção do fundo."

O colunista defende que os EUA se aliem aos países emergentes para "pôr um fim a essa tradição peculiar". "Há muitos bons candidatos (ao FMI) que não são europeus. Eles seriam menos suscetíveis à pressão política de Berlim ou Paris, e menos facilmente convencidos a mudar as regras do jogo à moda europeia", escreve.

"Na verdade, o último lugar de onde o novo chefe do FMI deveria ser é a Europa, precisamente porque a Europa é a parte da economia global que está no maior desarranjo."

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