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Estado de Minas

Usiminas quer dobrar valor de mercado até 2015

Siderúrgica decide se reestruturar em apenas três áreas e integrar departamentos para aumentar a eficiência.


postado em 19/05/2011 06:00 / atualizado em 19/05/2011 07:44

Nova linha de galvanização da usina, inaugurada ontem em Ipatinga, no Vale do Aço, vai elevar produção de laminados com maior valor agregado para 1 milhão de toneladas por ano (foto: Rodrigo Zeferino/Usiminas/Divulgação)
Nova linha de galvanização da usina, inaugurada ontem em Ipatinga, no Vale do Aço, vai elevar produção de laminados com maior valor agregado para 1 milhão de toneladas por ano (foto: Rodrigo Zeferino/Usiminas/Divulgação)

A Usiminas anunciou, nessa quarta-feira, um plano de reestruturação interna que agrupa as atividades da empresa em três áreas de negócios – siderurgia, mineração e desenvolvimento – e integra os departamentos de produção e comercialização. Conforme diretriz aprovada terça-feira pelo Conselho de Administração da companhia, as metas agora são aumentar a eficiência e valorizar os produtos do grupo siderúrgico para levar o valor de mercado da Usiminas a R$ 50 bilhões até 2015. A cifra significa mais que dobrar a referência atual de R$ 22 bilhões atribuída à siderúrgica, que tem enfrentado queda das cotações de suas ações depois das recentes especulações sobre o assédio de dois concorrentes, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Gerdau.


O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, admitiu que o foco está na agregação de valor dos produtos da empresa, com melhoria dos resultados. “Queremos que os nossos stakeholders (acionistas, empregados, fornecedores, clientes e colaboradores) saibam aonde queremos chegar”, afirmou o executivo, durante a inauguração da nova linha de aços galvanizados por imersão a quente da usina de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, destinados a consumo nas indústrias dos setores automotivo, de eletroeletrônicos e na construção civil.

A reestruturação e a montagem de uma estratégia de valorização dos ativos da Usiminas chega como resposta à repercussão negativa dos resultados da empresa no primeiro trimestre. A siderúrgica amargou queda de 96% do lucro líquido apurado de janeiro a março, que foi de R$ 16 milhões, ante R$ 375 milhões no mesmo período do ano passado. Parte do fraco desempenho foi atribuído a perdas contábeis decorrentes da venda de participação da Usiminas na siderúrgica latina Ternium. As ações preferenciais da Usiminas caíram 20,1% nos últimos cinco meses, quando as cotações do papel PN desceram de R$ 19,04 por ação em 30 de dezembro para R$ 15,20 na terça-feira.

Na bolsa

Os papéis da companhia oscilaram ao sabor da ampliação da participação acionária da CSN na siderúrgica e dos rumores sobre o eventual interesse da Caixa de Empregados da Usiminas de se desfazer da sua cota de capital na companhia. Wilson Brumer preferiu desvincular a reestruturação interna dos efeitos negativos na bolsa de valores. “As especulações estão aí e hoje menos intensas porque os acionistas já se posicionaram”, afirmou. Câmargo Corrêa, Votorantim e Nippon Steel renovaram o acordo de acionistas, desmentindo especulações, e a Caixa de Empregados da Usiminas também emitiu nota negando a negociação de seus papéis.

A Usiminas reestrutura sua diretoria, com o corte da vice-presidência industrial, comandada por Omar Silva Júnior, que se aposenta nos próximos meses , depois de quase 40 anos de trabalho na companhia. O atual vice-presidente de negócios, Sergio Leite de Andrade, assume a área de negócios da siderurgia e a companhia vai contratar um executivo para a área de negócios de desenvolvimento e agregação de valor. Produção e comercialização passam a caminhar integradas e com o objetivo comum de aumentar a competitividade da companhia, tendo como foco alcançar a autossuficiência em energia em 2015. A Usiminas pretende economizar R$ 350 milhões por ano, adotando medidas de eficiência energética no processo de produção.

Nova unidade

Dentro do plano para dar valor à companhia, a Usiminas deu novo passo nessa quarta-feira com a inauguração da linha de aços galvanizados por imersão a quente, um processo que dá alta resistência às chapas usadas na fabricação de automóveis, eletrodomésticos e estruturas da construção civil. A companhia investiu R$ 914 milhões numa segunda linha que vai, na prática, dobrar a capacidade de produção desses aços na Unigal, uma joint venture que tem 30% de participação da Nippon. Será ofertado 1 milhão de toneladas por ano do produto, classificado pela siderúrgica como “estado da arte em tecnologia”.

Com maior oferta de aços galvanizados, a Usiminas espera recuperar participação nesse mercado, disputado pelas concorrentes CSN e Arcelor Mittal. Segundo Sérgio Leite de Andrade, vice-presidente de negócios da Usminas, a intenção da empresa é abocanhar 30% do mercado de consumo para linha branca e construção civil, posição que chegou a deter no começo de 2000 e hoje está reduzida a 5%.

Na indústria automotiva, a Usiminas detém cerca de metade das vendas de aços planos em geral no Brasil. ”Passamos a ter oferta de produtos (os aços galvanizados) e com isso abrimos um mercado a explorar”, afirmou Wilson Brumer. Para dar uma ideia do valor do aço galvanizado, Sergio Leite lembrou que o preço médio da tonelada do produto está cotado a R$ 2.500, frente a um preço médio de R$ 1.700 da bobina de aço laminado a quente.

 

(*) A repórter viajou a convite da empresa

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