A atual ministra da Economia, Finanças e Indústria da França, Christine Lagarde, pode ser a próxima secretária-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) para suceder o também francês Dominique Strauss-Kahn, que renunciou nesta quinta-feira ao cargo.
De acordo com fontes da União Europeia (UE), "Lagarde tem uma justa reputação, dentro e fora da União Europeia, reputação esta ampliada pela atual presidência francesa do G20". Segundo afirmaram, "o critério de escolha não será o da nacionalidade, mas o da competência do candidato e da sua experiência internacional".
Se a ministra francesa for escolhida, a chefia do fundo internacional continuará em mãos francesas. Atualmente existe um acordo verbal de manter a liderança da entidade com um europeu e do Banco Mundial com os Estados Unidos. No entanto, os países emergentes há tempos reivindicam um lugar mais destacado no FMI.
A UE descartou hoje a possibilidade de indicar um nome da Turquia para o cargo, que surgiu em meio a boatos de uma possível sucessão, antes mesmo de Strauss-Kahn anunciar sua renúncia. "Temos dito claramente que o candidato europeu deve ser da União Europeia", sentenciou um porta-voz do bloco.
Os três nomes turcos cotados foram os de Kemal Dervis, ex-ministro de Finanças (2001-2002) e atual chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Mehmet Simsek, atual ministro da pasta turca, e Ali Babacan, atual vice-premier e ministro da Economia do país.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, reafirmou a disposição do bloco continental de anunciar em breve uma candidatura própria "para uma instituição tão importante e em uma posição tão crucial" como a chefa do FMI.
De acordo com fontes, a sucessão de Strauss-Kahn é "uma questão de dias". "A decisão será tomada muito em breve, talvez já na próxima semana, em Deauville", na França, onde se reunirá o G8 -- grupo dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia --, cujos países são os maiores contribuintes do FMI, anunciaram as fontes.
O porta-voz da UE ainda comentou que os países-membros do bloco confiam "que a próxima liderança será forte e competente, e estamos convencidos de que a Europa encontrará um candidato com este perfil". "Sob a liderança de Strauss-Kahn, trabalhamos muito em sintonia com o FMI, e assim será no futuro", completou.