O número de pessoas cadastradas no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) na capital mineira caiu 14,35% em abril, na comparação com março. Já na relação com abril do ano passado, houve crescimento de 11,62% e no acumulado do ano, a inadimplência registrou aumento de 3,97%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
De acordo com a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, é comum a queda da inadimplência a partir do quarto mês do ano. Tradicionalmente, de janeiro a março há um crescimento na inadimplência, já que muitos consumidores têm compras a prazo a serem pagas e ainda ficam com o orçamento comprometido por um acúmulo de despesas como pagamento de impostos e matrículas escolares", explicou. "Esta queda ainda reflete a preocupação dos consumidores em não contraírem dívidas para voltarem ao mercado de consumo, principalmente em função do Dia das Mães", completou.
Valores mais altos
Em abril de 2011, a CDL/BH registrou maior número de inadimplentes na faixa acima de R$ 250, cerca de 64%. Para o presidente do órgão, a concentração em valores mais altos é explicada pela evolução do crédito e da renda, somado à aquisição de bens de maior valor agregado como eletrônicos e automóveis por parte das classes C e D.
Mulheres
Segundo a pesquisa, as mulheres são as que mais se endividam, enquanto apenas 46,88% dos homem estão inadimplentes. Cerca de 24% dos endividados tem idade entre 30 e 39 anos, e os idosos com mais de 65 são os mais precavidos. Apenas 10,21% dos nomes inscritos no SPC são dessa faixa etária. Os consumidores com idade de 40 a 49 anos foram responsáveis por 19,76% dos registros, seguidos de os com idade entre 50 a 64 anos (18,52%), de 18 a 24 anos (14,58%) e de 25 a 29 anos (12,72%).
Cancelamento
O número de cancelamento de registros, que ocorre quando as pessoas regularizam seus débitos junto ao SPC da CDL/BH aumentou 1,88% em abril na comparação com o mês imediatamente anterior. "Atribuímos o resultado, principalmente ao cenário econômico mais aquecido, aliado ao nível de desemprego estável e aos maiores rendimentos dos trabalhadores, fazendo com que muitos buscassem quitar seus débitos", esclareceu a economista da CDL/BH. "A proximidade do Dia das Mães também contribuiu para que muitos consumidores buscassem regularizar sua situação junto ao SPC, como forma de obterem acesso ao crédito", completou.
Na comparação com abril do ano anterior, houve queda de 27,93% no número de cancelamentos e no acumulado do ano, a queda foi de 9,67%. "Como a economia aquecida e com o crédito para as pessoas física em franca expansão, temos o efeito colateral de maior endividamento de algumas famílias, que por falta de planejamento acabam excedendo nas dívidas, fazendo com que o número de cancelamentos diminua", analisou Ana Paula.