O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta segunda-feira que o sucessor de Dominique Strauss-Kahn no comando do Fundo Monetário International (FMI) tenha um mandato transitório até o fim de 2012, quando se encerraria a gestão do ex-diretor-gerente do organismo multilateral. Strauss-Kahn pediu demissão após ser acusado de tentativa de estupro. Ele disse ainda que o país não tem nenhum candidato brasileiro ao cargo.
Segundo Mantega, é preciso ter um tempo maior para amadurecer uma candidatura permanente. "Gostaríamos de um tempo maior para amadurecer a sucessão. O candidato deve viajar, conversar com os países de peso maior", disse, referindo-se ao fato de que Strauss-Kahn visitou vários países para fazer campanha e apresentar seus propostas à frente do FMI.
Mantega afirmou que o Brasil vai analisar todas as candidaturas que serão apresentadas até 10 de junho. "Aí é que começa o período de avaliação dos candidatos.
O ministro sugeriu ainda que o substituto de Strauss-Kahn seja um membro do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) - um ministro da economia ou um presidente de Banco Central que, no G-20, tenha acompanhado os problemas da economia mundial e ajudado nas soluções. Para o ministro, um candidato com esse perfil não o tornaria fraco mesmo tendo um mandato mais curto.
Segundo o ministro, a transição nestes moldes daria mais tempo para se estabelecer um procedimento mais amadurecido de escolha da pessoa que vai ficar à frente de uma instituição tão importante quanto o FMI. Mantega acrescentou que a nacionalidade do substituto de Strauss-Kahn não importa. "O importante é ter um bom candidato de país emergente ou avançado. Não é importante a nacionalidade", disse. "Por isso, é que queremos superar essa questão da nacionalidade. Para nós é importante o preenchimento das condições", salientou.
Mantega disse que o Brasil quer saber quais são as propostas de todos os candidatos, se eles irão continuar as reformas e qual será o peso dos emergentes nos votos do FMI. "Precisamos ter segurança que o FMI não vai retroagir ao passado", afirmou. Segundo Mantega, até ordem contrária, todos são bons candidatos.
Ele contou ainda que conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre a sucessão no FMI na semana passada. "Vou analisar a candidatura que está mais afinada com a nossa posição", afirmou Mantega.