A Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) superou a segunda-feira pessimista e valorizou 1,59% nesta terça-feira, aos 63.336 pontos, na segunda maior alta do mês. Vale e Petrobras voltaram a puxar o índice, porém foram as ações das empresas de telecomunicações que se destacaram. O giro financeiro foi baixo, chegando a R$ 4,94 bilhões. O dólar comercial foi negociado por R$ 1,624, com queda de 0,49% nesta terça-feira.
Estados Unidos
A Bolsa de Nova York encerrou o pregão desta terça-feira em queda, com investidores cautelosos diante da divulgação de indicadores ruins: o Dow Jones perdeu 0,19% e o Nasdaq, 0,46%. Segundo cifras definitivas, o Dow Jones Industrial Average sofreu queda de 25,05 pontos, a 12.356,21, e o Nasdaq retrocedeu 12,74 pontos, a 2.746,16. O índice ampliado Standard & Poor's 500 caiu 0,08% (1,09 ponto), a 1.316,28 unidades.
"O mercado não apresenta bom desempenho desde o início do mês", constatou Mace Blicksilver, de Marblehead Asset Management. A Bolsa abriu nesta terça-feira em alta, mas perdeu impulso logo de início, influenciada pela publicação dos indicadores americanos.
O índice sobre a atividade manufatureira na região de Richmond (leste) mostrou uma baixa em abril depois de sete meses de progressão, alinhado com outros indicadores decepcionantes vindos do Fed (Banco Central dos EUA), publicados anteriormente.
Segundo o departamento de Comércio americano, as vendas de casas novas nos Estados Unidos aumentaram em abril pelo segundo mês consecutivo, um pouco mais do que previam os analistas. Contudo, os mercados não prestam mais tanta atenção a este indicador como antes da crise, dizem os especialistas.
Uma recuperação dos mercados de matérias-primas, em particular do petróleo e dos metais preciosos, impediu uma queda mais acentuada nos pregões desta terça-feira. Os analistas explicam que a crise da dívida europeia tem interferido no ânimo dos investidores, mas a recente alta do euro provocou uma calma momentânea sobre o assunto.
No mercado obrigatório, o rendimento do bônus do Tesouro com vencimento para 10 anos retrocedeu a 3,123%, contra 3,134% na segunda-feira. O bônus com vencimento para 30 anos recuou a 4,259%, contra 4,274% na véspera.
Petróleo
O petróleo fechou em alta esta terça-feira, em Nova York, sob os efeitos da desvalorização do dólar, à qual se somaram previsões de preços elevados por parte de importantes agentes de mercado. No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em julho terminou a 99,59 dólares, 1,89 dólar acima da cotação da véspera.
Em Londres, no Intercontinental Exchange, o barril de Brent do Mar do Norte, com o mesmo prazo de entrega, aumentou 2,43 dólares, a US$ 112,53. Os preços caíram 2,40 dólares na segunda-feira, aproximando-se dos 95 dólares, constituindo "o nível que todos os corretores vigiam" e "um apoio importante para o petróleo", analisou Rich Ilcszyszyn, da Lind Waldock.
Mas na terça-feira, subiram com o apoio da "influência dos mercados externos", disse o analista. Os mercados bursáteis, deprimidos na segunda-feira em consequência da crise orçamentária na zona do euro, se estabilizaram um pouco e a moeda americana caiu, devolvendo certo atrativo ao petróleo para os compradores que usam outras moedas.
"O mercado está muito dividido atualmente, que é o que explica as importantes variações de preços e sua volatilidade", disse Tom Bentz, do BNP Paribas. Por um lado, as más notícias se acumulam no campo econômico, com uma crise da dívida na zona do euro que não encontra solução, e uma diminuição aparente da velocidade de crescimento nos Estados Unidos e na China. Por outro lado, a demanda por petróleo se mantém e a produção continua afetada na Líbia, enquanto o resto do mundo árabe continua vivendo protestos e revoltas.