A nomeação da francesa Christine Lagarde para a direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) estaria assegurada, acreditam os europeus, após as declarações de Hillary Clinton, apesar de alguns admitirem que é preciso "compensar os BRICS", afirmou uma fonte à AFP durante a cúpula do G8.
Enquete: Com crise europeia, FMI deve quebrar a tradição e eleger um emergente para a chefia?
"Lagarde está dentro", garantiu a fonte no encontro, que reuniu na quinta e sexta-feira os chefes de Estado e de Governo das oito principais economias do
mundo (Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá, Japão e Rússia).A mesma pessoa disse ainda que "será preciso encontrar uma forma de compensação aos BRICS" dentro do FMI, numa referência ao grupo formado pelas cinco principais economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Desde sua criação, em 1945, o FMI é dirigido por um europeu. Os países emergentes reclamam pelo controle do organismo em razão do peso que agora desempenham dentro da economia mundial.
A francesa ainda de visitar o Brasil e a China em busca de apoio para o cargo, informaram fontes próximas a ministra nessa quinta-feira. O objetivo de Lagarde, que pode incluir outros países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em seu roteiro, é "fazer-se conhecer, explicar os motivos de sua candidatura e fazer campanha" para sua nomeação como sucessora do também francês Dominique Strauss-Kahn.
Perfil
Christine Lagarde, 55 anos, ministra francesa da Economia
Uma fonte da União Europeia a dá como "quase eleita" pelos 27 membros do bloco. Muito estimada no G20 e na zona do euro, é conhecida como hábil e competente. A China também a apóia. No entanto, está no centro de uma controvérsia na França por sua gestão da indenização do ex-empresário Bernand Tapie no caso da venda da Adidas pelo Crédit Lyonnais, em 1993.