A promessa de emprego farto e bem remunerado nos serviços de alimentação, lazer e saúde num país que envelhece sem estrutura eficiente de atendimento à saúde e se prepara para os grandes eventos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 põe em xeque os candidatos às vagas e até mesmo os mais experientes. Há desafios comuns pelo menos para quatro categorias profissionais, de turismólogos, nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, em busca de um lugar ao sol nos processos de seleção mais rigorosos de ingresso ou ascensão no mercado de trabalho. Depois de um período de estouro na abertura de cursos de formação superior, quase como se ditassem moda, as oportunidades de trabalho não crescem na velocidade que se esperava e a concorrência transformou a remuneração em problema central.
O referencial de ganhos mirava áreas aquecidas e valorizadas a exemplo da engenharia. Em Belo Horizonte e regiões do interior do estado que estão crescendo, um estagiário de engenharia chega a embolsar salário mensal de R$ 1,8 mil. O vencimento, no entanto, é praticamente o mesmo pago a um nutricionista experiente empregado em empresas de refeições coletivas. O estudante de turismo que conquista a oportunidade de um bom estágio recebe cerca de R$ 900 e o fisioterapeuta e o educador físico têm de cumprir jornada diária de várias horas para não ficarem sujeitos a contracheques pouco superiores a dois salários mínimos (R$ 1.020).
Os estudantes que invadiram as salas de aula dos cursos de nível superior de turismo nos anos 1990 percebem, agora, que a capital mineira tem muito nós a desatar antes de abrir as portas do emprego. Baixa oferta de leitos nos hotéis, de espaços para convenções e feiras de negócios e o caos no saturado Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, ainda dependem de investimentos que não foram equacionados ou que ainda não saíram do papel. As perspectivas de geração de postos de trabalho em números significativos só devem se materializar dentro de três a quatro anos, afirma Hegel Botinha, diretor comercial do grupo Selpe, especializado em intermediação de mão de obra.
Diferencial
É preciso que essa infraestrutura do setor esteja pronta, mas ninguém tem de desisitir do sonho, pelo contrário. Em qualquer área de atuação, o bom profissional, aquele que se destaca e cria um diferencial, sempre terá espaço para atuar”, afirma Botinha. Na linha do que pode ser diferente e novo, o curso de turismo da PUC Minas, um dos poucos que permanece entre mais de 20 programas de formação de nível superior que foram abertos em BH na década de 90, trabalha com ênfase na consultoria e na gestão de circuitos turísticos, consideradas áreas profissionais de futuro principalmente nas prefeituras municipais. A PUC tem 170 alunos no turno da noite, ante 1.500 que chegou a atender em dois períodos.
O campo do planejamento turístico é um dos mais promissores, segundo Lúcia Ciccarini, administradora especializada em turismo, consultora do Sebrae e professora da PUC Minas. “Desde que os jovens profissionais percebam isso, eles têm um novo campo aberto para atuar ”, afirma. O futuro depende, da mesma forma, da disposição do profissional de ir além do conhecimento técnico sólido, aprendeu Lucas de Paula Fernandes Xavier, de 22 anos, que há sete meses da formatura já ganhou experiências em diferentes estágios.
“Não se encontra nada ficando parado. Capacitação é essencial, com inglês, conhecimentos em sistemas de computador e habilidade de lidar com o público”, afirma. A estudante Danielle Alves, de 24 anos, que está no último período do curso de turismo, com experiência em planejamento e avaliação de eventos, decidiu fazer o mestrado e investir na pesquisa para fortalecer o currículo. “Fiz estágios relevantes, mas no futuro penso em conciliar a própria empresa de consultoria e a academia”, afirma.
Afinados com o mercado
Entre os nutricionistas, os desafios são semelhantes. Os próprios conselhos profissionais da categoria apoiam a restrição à abertura de novos cursos e se envolvem na discussão de mecanismos para valorizar os salários, observa Élido Bonomo, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 9ª Região, de Minas Gerais. “Temos uma comunidade de profissionais de reserva, já que a abertura de vagas ficou aquém do número de egressos da universidade. Com a competição, o salário ainda é um problema principalmente para quem está começando”, afirma.
Sem garantia de um piso salarial previsto em lei, os nutricionistas lutam pela valorização. Há apenas uma recomendação da Federação Nacional da categoria de um piso de R$ 1.570. As exigências dos empregadores cresceram por um profissional que não cuide apenas do cardápio, mas que contribua na gestão de pessoal, financeira e no marketing.
O mercado dos educadores físicos é outro que busca profissionais com visão mais geral da profissão e dispostos a buscar a especialização. De educador físico a gerente da Academia Pelé Club em Belo Horizonte, Adail Lopes, se adequou ao novo perfil profissional que surgiu em meio ao boom das academias de ginástica. “O mercado em crescimento valoriza o profissional, mas ele tem de se envolver com o atendimento de qualidade, se aperfeiçoar e cuidar da própria imagem”, sustenta. O estagiário Rômulo Corrêa de Barros, ex-atleta, aprendeu a nova cartilha. “Nesse mercado, não se pode acomodar. Montar um bom treino está longe de ser uma receita de bolo”, afirma.
O referencial de ganhos mirava áreas aquecidas e valorizadas a exemplo da engenharia. Em Belo Horizonte e regiões do interior do estado que estão crescendo, um estagiário de engenharia chega a embolsar salário mensal de R$ 1,8 mil. O vencimento, no entanto, é praticamente o mesmo pago a um nutricionista experiente empregado em empresas de refeições coletivas. O estudante de turismo que conquista a oportunidade de um bom estágio recebe cerca de R$ 900 e o fisioterapeuta e o educador físico têm de cumprir jornada diária de várias horas para não ficarem sujeitos a contracheques pouco superiores a dois salários mínimos (R$ 1.020).
Os estudantes que invadiram as salas de aula dos cursos de nível superior de turismo nos anos 1990 percebem, agora, que a capital mineira tem muito nós a desatar antes de abrir as portas do emprego. Baixa oferta de leitos nos hotéis, de espaços para convenções e feiras de negócios e o caos no saturado Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, ainda dependem de investimentos que não foram equacionados ou que ainda não saíram do papel. As perspectivas de geração de postos de trabalho em números significativos só devem se materializar dentro de três a quatro anos, afirma Hegel Botinha, diretor comercial do grupo Selpe, especializado em intermediação de mão de obra.
Diferencial
É preciso que essa infraestrutura do setor esteja pronta, mas ninguém tem de desisitir do sonho, pelo contrário. Em qualquer área de atuação, o bom profissional, aquele que se destaca e cria um diferencial, sempre terá espaço para atuar”, afirma Botinha. Na linha do que pode ser diferente e novo, o curso de turismo da PUC Minas, um dos poucos que permanece entre mais de 20 programas de formação de nível superior que foram abertos em BH na década de 90, trabalha com ênfase na consultoria e na gestão de circuitos turísticos, consideradas áreas profissionais de futuro principalmente nas prefeituras municipais. A PUC tem 170 alunos no turno da noite, ante 1.500 que chegou a atender em dois períodos.
O campo do planejamento turístico é um dos mais promissores, segundo Lúcia Ciccarini, administradora especializada em turismo, consultora do Sebrae e professora da PUC Minas. “Desde que os jovens profissionais percebam isso, eles têm um novo campo aberto para atuar ”, afirma. O futuro depende, da mesma forma, da disposição do profissional de ir além do conhecimento técnico sólido, aprendeu Lucas de Paula Fernandes Xavier, de 22 anos, que há sete meses da formatura já ganhou experiências em diferentes estágios.
“Não se encontra nada ficando parado. Capacitação é essencial, com inglês, conhecimentos em sistemas de computador e habilidade de lidar com o público”, afirma. A estudante Danielle Alves, de 24 anos, que está no último período do curso de turismo, com experiência em planejamento e avaliação de eventos, decidiu fazer o mestrado e investir na pesquisa para fortalecer o currículo. “Fiz estágios relevantes, mas no futuro penso em conciliar a própria empresa de consultoria e a academia”, afirma.
Afinados com o mercado
Entre os nutricionistas, os desafios são semelhantes. Os próprios conselhos profissionais da categoria apoiam a restrição à abertura de novos cursos e se envolvem na discussão de mecanismos para valorizar os salários, observa Élido Bonomo, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 9ª Região, de Minas Gerais. “Temos uma comunidade de profissionais de reserva, já que a abertura de vagas ficou aquém do número de egressos da universidade. Com a competição, o salário ainda é um problema principalmente para quem está começando”, afirma.
Sem garantia de um piso salarial previsto em lei, os nutricionistas lutam pela valorização. Há apenas uma recomendação da Federação Nacional da categoria de um piso de R$ 1.570. As exigências dos empregadores cresceram por um profissional que não cuide apenas do cardápio, mas que contribua na gestão de pessoal, financeira e no marketing.
O mercado dos educadores físicos é outro que busca profissionais com visão mais geral da profissão e dispostos a buscar a especialização. De educador físico a gerente da Academia Pelé Club em Belo Horizonte, Adail Lopes, se adequou ao novo perfil profissional que surgiu em meio ao boom das academias de ginástica. “O mercado em crescimento valoriza o profissional, mas ele tem de se envolver com o atendimento de qualidade, se aperfeiçoar e cuidar da própria imagem”, sustenta. O estagiário Rômulo Corrêa de Barros, ex-atleta, aprendeu a nova cartilha. “Nesse mercado, não se pode acomodar. Montar um bom treino está longe de ser uma receita de bolo”, afirma.