A inadimplência tem crescido de forma moderada, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. De março para abril deste ano, a inadimplência (como são considerados os atrasos superiores a 90 dias) tanto de empresas quanto de pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual, para 3,7% e 6,1%, respectivamente.
Segundo ele, o aumento da inadimplência é resultado das altas da taxa básica de juros, a Selic, para combater a inflação. “Esse aumento da inadimplência moderado é algo relativamente esperado, tendo em vista o aumento da inflação, aumento das taxas de juros. Há maior comprometimento da renda com pagamento de encargos no sistema financeiro”, afirmou Maciel.
De acordo com os dados do BC, o spread (diferença entre taxa de captação dos recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes) caiu 0,2 ponto percentual para as empresas ao ficar em 19,4 pontos percentuais, em abril.
Segundo Maciel, o aumento do spread para as famílias (pessoas físicas) reflete as medidas de restrição ao crédito (macroprudenciais) adotadas pelo BC e o aumento da inadimplência. “As medidas macroprudenciais tinham enfoque maior nas pessoas físicas”, explicou Maciel.
De março para abril, a taxa de juros média cobrada das famílias subiu 1,8 ponto percentual, e ficou em 46,8% ao ano. No caso das empresas, a taxa média anual recuou 0,3 ponto percentual, para 31%.
Os dados parciais deste mês indicam novo aumento da taxa média de juros para as famílias. Essa taxa subiu 0,9 ponto percentual entre o final de abril e o dia 13 de maio. No caso das empresas, houve recuo de 0,2 ponto percentual, nessa mesma comparação. +