A ministra das Finanças da França e candidata ao cargo de diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu hoje que o organismo deve ter a missão de monitoramento e vigilância dos modelos macroeconômicos das políticas sociais e de geração de emprego e das questões financeiras de todos os países membros. "O fundo tem uma missão de monitoramento e observação que deve ter caráter universal. Esse monitoramento de vigilância do FMI deve ser aplicado em todos os países envolvidos", afirmou em entrevista à imprensa no início desta noite, após ter sido recebida, ao longo do dia, pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ela disse que o FMI deve ter um papel proativo.
Lagarde afirmou também que, se eleita, irá zelar para que todos os membros tenham representatividade no Fundo. Ela evitou responder diretamente se o vice-presidente do FMI será um representante da China.
Ela disse estar feliz por ter começado sua campanha no Brasil, um país "importantíssimo não só pelo tamanho do PIB e pela perspectiva futura de desenvolvimento, mas pela atuação que vem tendo no cenário internacional". A ministra disse que compartilha da opinião do Brasil de que o processo de sucessão no Fundo deva ser baseado na abertura, na transparência e no princípio do mérito. "Considerando que o FMI não pertence a ninguém, mas à integralidade dos 187 membros", afirmou.
Ela afirmou que dará prosseguimento às reformas iniciadas pelo ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. "As reformas devem possibilitar a total representatividade dos membros", disse.
Lagarde afirmou que a proposta do Brasil, para que haja um mandato tampão até dezembro de 2012, não foi abordada com as autoridades brasileiras. Lembrou que ela e Mantega concordaram que a questão da nacionalidade não é importante no processo de escolha. Lagarde disse também não esperar que o Brasil manifeste seu apoio a qualquer candidato até o dia 10 de junho, data em que se encerra o lançamento de candidaturas. Além de Lagarde, o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, também está na disputa pela sucessão de Strauss-Kahn.