A produção industrial brasileira recuou 2,1% em abril ante março na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo do piso das expectativas dos analistas, que estimaram resultado entre uma queda de 0,60% e uma expansão de 1,50%. A mediana das previsões apontava taxa positiva de 0,20%. De acordo com o IBGE, essa foi a maior queda verificada desde dezembro de 2008.
Na comparação com abril de 2010, a produção caiu 1,3% no mês passado. Neste caso, as estimativas variavam de um recuo de 0 80% a uma alta de 1,40%, com mediana positiva de 0,60%. Até o mês passado, a produção da indústria acumula alta de 1,6% no ano e aumento de 5,4% em 12 meses.
"É preciso lembrar que dezembro de 2008 era o auge da crise (econômica mundial)", disse o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Machado. Entre março e abril, 13 dos 27 ramos pesquisados registraram redução na produção, com destaque para a perda de máquinas e equipamentos, que recuou 5,4% em abril, após quatro meses de crescimento, período em que acumulou expansão de 4,9%.
Outras influências negativas relevantes foram dos ramos de produtos de metal (-9,3%), veículos automotores (-2,8%), alimentos (-2,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,4%). Entre as atividades que aumentaram a produção, estão farmacêutica (3,3%), indústrias extrativas (2,5%), fumo (20,6%), metalurgia básica (1,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (6,6%) e outros produtos químicos (1,1%).
Entre as categorias de uso, ainda na comparação com março, houve taxas negativas em todos os segmentos, com bens de consumo duráveis (-10,1%) tendo a queda mais acentuada nesse mês, o que eliminou o avanço de 4,5% registrado em março. O setor de bens de capital, que recuou 2,9%, mostrou redução acima da média da indústria (-2,1%), após avançar 7,7% nos últimos três meses.
Os segmentos produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,5%) e de bens intermediários (-0,6%) também apontaram índices negativos, com o primeiro devolvendo parte dos 2,8% acumulados no período março/2011-dezembro/2010, e o segundo acumulando perda de 0,7% nos últimos dois meses.
Bens de capital
A produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) recuou 2,9% em abril ante março, segundoo IBGE. Em relação a abril de 2010, houve leve alta de 0,1%. No acumulado de 2011, a produção de bens de capital cresceu 6,2% e, nos 12 meses encerrados em abril, avançou 13,7%.
De acordo com os dados divulgados mais cedo pelo IBGE, a produção industrial, de forma geral, recuou 2,1% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. Já o crescimento de março ante fevereiro foi revisto de 0,5% para 1,1%. O índice de média móvel trimestral da indústria, conforme os dados do instituto, fechou o mês de abril em alta de 0,3%, ante o aumento de 0,9% registrado no trimestre encerrado em março.