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Estado de Minas

Ação de compensação em Belo Monte somará R$ 3,2 bilhões


postado em 01/06/2011 13:12

Com potência instalada de 11,2 mil megawatts, será a maior hidrelétrica totalmente brasileira e a terceira do mundo(foto: Divulgação)
Com potência instalada de 11,2 mil megawatts, será a maior hidrelétrica totalmente brasileira e a terceira do mundo (foto: Divulgação)
O Planalto divulgou nesta quarta-feira um plano de R$ 500 milhões para o desenvolvimento socioeconômico da região de Altamira no Pará, onde será construída a usina hidrelétrica de Belo Monte. Esse recurso será aplicado pelo Consórcio Norte Energia, responsável pela obra. Apesar de convocar uma coletiva com a participação de três ministros para falar do repasse dos recursos, o governo não deu detalhes da aplicação do dinheiro e do início dos investimentos. Participaram da entrevista os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Miriam Belchior (Planejamento). Miriam observou que o valor total dos investimentos em ações de compensação é de R$ 3,2 bilhões.

Ela explicou que o dinheiro será aplicado até o fim das obras. A ministra afirmou que sua assessoria apresentará o cronograma de repasse dos recursos e dará detalhes dos investimentos que, segundo ela, estarão focados na ampliação de escolas e postos de saúde, no apoio à segurança pública e na melhoria na área de saneamento.

A ministra anunciou ainda um mutirão de representantes do governo para prestar serviços diversos aos moradores das cidades da região, como a emissão de documentos. Lobão disse que esse "atendimento" não será hipotético, mas real. Ele deu essa declaração ao responder a uma pergunta sobre se o mutirão do governo tinha o mesmo formato dos Acisos, que eram mutirões feitos pela Ditadura Militar na Amazônia na época dos combates a guerrilhas. Lobão foi um aliado do Regime Militar no Congresso.

Blechior

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou nesta quarta-feira que o governo está tranquilo em relação à solidez da análise feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a concessão da licença de instalação da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A ministra também disse que um eventual questionamento na Justiça por parte do Ministério Público Federal é "um direito" do órgão. Ainda assim, ela considera que a Justiça irá reconhecer o trabalho feito pelos técnicos do Ibama.

"Vale lembrar que, em todas as ações anteriores (apresentadas pelo Ministério Público Federal), eles não conseguiram as liminares pretendidas. Fizemos com responsabilidade e estamos confiantes que a Justiça irá reconhecer isso", disse Miriam Belchior, durante apresentação das ações que serão tomadas pelo governo federal para o desenvolvimento sustentável do Xingu, região onde será instalada a usina de Belo Monte.

Em janeiro deste ano, o Ibama havia concedido ao empreendimento uma licença parcial apenas para iniciar o canteiro de obras. A licença prévia, que foi concedida em fevereiro do ano passado, listou 40 condicionantes a serem cumpridas para que o empreendedor recebesse a autorização para as obras. Antes de entrar em funcionamento, a usina ainda precisará obter uma licença de operação, que está condicionada ao cumprimento de todas as exigências socioambientais previstas no projeto.

O leilão para definir o consórcio construtor da usina ocorreu em abril do ano passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a menor oferta pelo megawatt por hora da usina (R$ 77,97), o grupo vencedor foi o Norte Energia, liderado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras, com participação da Queiroz Galvão, Gaia Energia e mais seis empresas.

MPF

Apesar de as discussões ocorrerem desde a década de 70, a construção de Belo Monte ainda é motivo de polêmica. Na quinta-feira passada, o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) encaminhou ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) uma "recomendação" para que o órgão não emita a licença de instalação para a hidrelétrica de Belo Monte. A decisão foi tomada pelos procuradores Bruno Alexandre Gütschow, Felício Pontes Jr. e Ubiratan
Cazetta, depois de analisarem relatório elaborado pela Norte Energia - responsável pela usina - sobre o andamento das obras que devem ser feitas para reduzir impactos sociais e ambientais na região onde será construído o empreendimento, no Rio Xingu (PA).

Os procuradores argumentam que a maioria das obras obrigatórias não está finalizada ou "sequer saiu do papel". Segundo eles, 59% do total de 103 casos avaliados (planos, programas e projetos) apresentam pendências. Por isso, recomendam que a licença de instalação não seja emitida "enquanto as questões relativas às condicionantes da licença prévia não forem definitivamente resolvidas".

Na recomendação encaminhada ao Ibama, os procuradores afirmam que o cenário é de "total certeza" sobre o não cumprimento das condicionantes que foram impostas pelo próprio órgão ambiental quando concedeu a licença prévia para que o projeto fosse à leilão em abril do ano passado.

Belo Monte é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve ser concluída até o começo de 2015. Com potência instalada de 11,2 mil megawatts, será a maior hidrelétrica totalmente brasileira (Itaipu, que tem 14 mil megawatts de potência, é binacional) e a terceira do mundo.


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