A ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, defendeu hoje um acordo de autolimitação das exportações brasileiras para a Argentina. Segundo ela, o governo argentino quer estimular que os setores privados fechem acordos de cotas. Os setores mais sensíveis, disse a ministra, são calçados, têxteis, linha branca e marrom, além de baterias, freios e embreagens para o mercado de reposição.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o Brasil poderá colocar outros produtos, além dos automóveis, em licenciamento não automático sempre que o déficit comercial for muito elevado. Pimentel afirmou que a medida contra as importações de automóveis não é uma retaliação à Argentina. "É para o mundo inteiro. Não é em relação à Argentina.
O ministro disse ainda que nunca houve uma crise ou ruptura na relação comercial, política e diplomática entre Brasil e Argentina. Segundo ele, é normal que dois países com o comércio bilateral volumoso tenham “ruídos” e problemas nas aduanas.
Pimentel informou que a corrente de comércio entre Brasil e Argentina de janeiro a maio somou US$ 15 bilhões. “É preciso ter tolerância para entender que sempre tem problema na fronteira entre países que têm esse volume de comércio”, destacou. Pimentel citou, como exemplo, as relações entre México e Estados Unidos. A ministra da Argentina também afirmou não haver uma guerra comercial e que o objetivo das discussões é aprofundar as relações.
Caminhões argentinos
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou hoje que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode financiar as vendas de caminhões argentinos para o Brasil, usando a linha do Finame. "Há uma possibilidade grande de incluir a Argentina nesta linha. Não está decidido porque o fórum é o conselho do banco, mas há uma possibilidade grande", afirmou Pimentel. Ele informou que os caminhões argentinos são montados com autopeças brasileiras.